Pescadores de Apúlia têm melhores condições em terra com a requalificação do Portinho, mas correm ainda riscos no acesso ao mar. Presidente da Câmara de Esposende volta a exigir soluções que garantam a segurança aqui e na Barra do Cávado.
Pescadores de Pedrinhas
Inauguração das obras de requalificação do Portinho de Pesca de Apúlia contou ontem com a presença de três secretários de Estado, oportunidade para o presidente da Câmara Municipal de Esposende, Benjamim Pereira, reclamar a concretização de outros investimentos no concelho, com prioridade para obras de protecção da Barra do Cávado e da restinga de Ofir.
Segundo o autarca, a falta de condições de segurança para a navegação na Barra do Cávado “é um problema estrutural que impede o desenvolvimento do concelho”, com prejuízo directo para as actividades náuticas.
Lamentando que vários governos não tenham conseguido concretizar uma solução para a navegabilidade na Barra junto a Esposende, afectada gravemente pelo assoreamento, Benjamim Pereira disse, perante os secretários de Estado do Mar, das Pescas e da Conservação da Natureza e Florestas, ter “a esperança fundada” de que o problema seja resolvido “nos próximos anos”.
A Câmara Municipal de Esposende apresentou em Fevereiro, um estudo de caracterização de riscos e um programa de intervenção para a protecção da restinga de Ofir e Barra do Cávado, realizado pelo Instituto de Hidráulica e Recursos Hídricos da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, com a colaboração da Universidade do Minho, tendo ontem Benjamim Pereira defendido que a intervenção a realizar precisa de “ser conduzida de forma técnica e profissional”.
O edil de Esposende reivindicou também o estudo de uma solução que garanta segurança no acesso ao mar dos barcos de pesca artesanal sediados em Apúlia, estando o Município disposto a comparticipar financeiramente as obras necessárias.
A aguardar enquadramento para financiamento no programa Portugal 2030, a Câmara Municipal de Esposende vai adquirir terrenos e desenvolver projecto para um novo mercado de peixe e hortícolas, considerando que os actuais já não reúnem condições, anunciou ontem o presidente da Câmara Municipal,
Polis Litoral Norte investiu 55,8 ME na costa minhota.
Investimento de 780 mil euros, comparticipado a 75% pelo programa Mar2020, a requalificação do Portinho de Pesca de Apúlia foi a última empreitada realizada pela Sociedade Polis Litoral Norte, extinguida no final do ano passado pelo Governo.
Desde 2009, a Sociedade constituída entre o Estado e os municípios de Caminha, Viana do Castelo e Esposende realizou um investimento de 55,8 milhões de euros em 59 empreitadas de conservação e requalificação numa faixa de 50 quilómetros de zona costeira.
Requalificação S. Bartolomeu
A Ecovia do Litoral Norte, da qual foram executados 40 dos 73 quilómetros projectados, foi apresentada pelo Pimenta Machado como um projecto intermunicipal “que valoriza todo este território de excelência”.
José Maria Costa, ex-presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo e actual secretário de Estado do Mar, considerou a Sociedade Polis Litoral Norte “um projecto emblemático”.
O governante disse em Apúlia que a pesca artesanal deve ser valorizada como “factor de atractividade turística”.
A secretária de Estado das Pescas, Teresa Costa, relevou os investimentos realizados nos portos de pesca de Apúlia, Castelo do Neiva, Caminha e Esposende com o propósito de melhorar as condições de segurança de “pequena pesca”, um sector que merece melhor atenção da sociedade e do Governo para se tornar “mais competitivo”.
Já o secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, João Paulo Catarino, foi a um dos concelhos mais afectados pela erosão costeira adiantar que o novo quadro comunitário de apoio deverá dispor de 150 milhões de euros para a estabilização da orla costeira, depois dos 140 milhões investidos nos últimos anos.