A antiga estação radionaval de Apúlia, em Esposende, vai ser transformada em Instituto Multidisciplinar de Ciencia e Tecnologia Marinha, num investimento que deverá rondar os 12 milhões de euros.
Trata-se do MarUMinho, um instituto que pretende ajudar a compreender e a preservar o oceano e a aproveitar a biodiversidade marinha, e que nascerá ao abrigo de um protocolo de cooperação em 2015, entre a Universidade do Minho e a Câmara de Esposende.
A ideia é aquela insfraestutura permita a consolidação de iniciativa de investigação na área de valorização dos recursos marinhos da região Litoral Norte, destinadas a avaliar, de forma integrada, o potencial da aplicação desses recursos em diversos setores.
O MarUMinho permitirá ainda a criação de um serviço de observação do Litoral do Noroeste Português, focado na avaliação dos impactos das alterações climáticas sobre a hidrodinâmica e morfodinâmica costeiras.
Presente na sessão de apresentação do projeto, que teve lugar em Esposende, o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva prometeu "todo o apoio" para a implementação do MarUMinho, sublinhando a importância fulcral de Portugal ser um país "de referência" na área das tecnologias marinhas.
"Sempre que o país se virou para o mar prosperou, e sempre que virou as consta ao mar definhou" referiu Costa Silva.
O autarca acrescentou que o projeto vai também ajudar a recuperar a antiga estação radionaval da Apúlia, que era património do Estado mas que em 2018 foi adquirida pelo município, por 936 mil euros.
"Estava tudo abandonado, completamente vandalizado, tinham roubado tudo o que lá havia" sublinhou Benjamim Pereira.
O reitor da Universidade (UMinho), Rui Vieira de Castro, destacou o carácter multidisciplinar do equipamento a construir, que vai envolver 30 centros de investigação da UMinho.
"O cerne da atividade vai ser a investigação, mas haverá também oferta de natureza pedagógica, com cursos conferentes e não conferentes de grau, e ainda uma componente para promover uma interação com a comunidade e novos negócios", acrescentou.
O projeto visa a reabilitação dos antigos edifícios da estação, como a cantina, que terá espaço para 200 pessoas, e as habitações, que poderão alojar cerca de três dezenas de estudantes e investigadores.
Será também reabilitada uma piscina, que pode ser utilizada para testes de equipamentos.
No local, vão ainda nascer dois edifícios, um deles equipado com novos laboratórios e o outro destinado a empresas, "spinoffs" e "startups" ligadas à economia azul, industria alimentar, energias renováveis, cosmética e farmacêutica, mas também aos têxteis ou design de produtos.
O MarUMinho irá acolher o Centro de Ciências da Terra (CCT), o Grupo de Investigação em Biomateriais, Biodegradáveis e Bio miméticos (3Bs), o Centro de Investigação em Microssistemas Eletromecânicos (CMEMS), o Centro Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) e o Centro de Engenharia Biológica (CEB).
O Instituto para a Sustentabilidade e Inovação em Estruturas de Engenharia (ISISE), o Instituto de Plímeros e Compósitos (IPC), o Centro de Território, Ambiente e Construção (C-TAC) e ainda Núcleo de Investigação em Políticas Económicas e Empresariais (NIPE) também passarão a sua casa naquele novo equipamento.