Os deputados Nuno Reis, Isidro Araújo e Jorge Paulo Oliveira prometeram levar hoje mesmo esta questão à reunião que está agendada para esta tarde com o ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva. Benjamim Pereira, o presidente do município de Esposende, pede ao governo um Plano de Intervenção Urgente.
“É muito preocupante o que está a acontecer aqui em Esposende e o avanço que o mar está a ter”, sublinhou o deputado Nuno Reis, que ontem foi o porta-voz do grupo de parlamentares, garantindo que estas mesmas preocupações vão ser levadas à reunião agendada com o ministro do Ambiente para esta tarde.
Nuno Reis recordou o facto que este ano estar previsto um fundo para este género de intervenções, ao abrigo do Plano de Apoio e Valorização do Litoral, e que, nessa lógica, uma parte desse fundo deva ser canalizado para intervir no Litoral de Esposende. “O que estamos aqui a assistir exige uma intervenção profunda, por isso, esperamos que haja possibilidade de parte desses recursos virem a ser aplicados na costa de Esposende”, e neste caso, implicando também a construção de um muro de contenção junto às torres ou outro tipo de suporte que impeça o avanço do mar.
Ao ministro, os deputados dizem que vão perguntar diretamente se haverá mesmo este fundo e quando é que ele será disponibilizado. Refira-se que já foi anunciado que esse fundo deverá ter um orçamento na ordem dos 300 milhões de euros e, por isso mesmo, os deputados do PSD eleitos pelo círculo de Braga querem perceber qual será a parte dessa verba que será disponibilizada para uma intervenção na costa esposendense.
No entanto, e até ao momento, ainda não existe qualquer estudo oficial sobre as possibilidades de engenharia que poderão ser levadas a cabo, nem qual o nível de investimento que implicará uma intervenção de fundo no Litoral de Esposende, mas esta é uma situação que está a ser acompanhada pela ARH-Norte e pela Agência Portuguesa do Ambiente.
O presidente da Câmara Municipal de Esposende acompanhou a comitiva de deputados do PSD, juntamente com Rui Pereira, vereador do Desporto e do Turismo, Maranhão Peixoto, vice-presidente da autarquia e vereador da Proteção Civil e Agostinho Silva, presidente da Assembleia Municipal.
O autarca indicou que também ontem, o diretor da ARH-Norte, Pimenta Machado, e o professor Veloso Gomes, especialista na área, estiveram no local a estudar o assunto, no sentido de ajudarem a encontrar uma solução.
“Qualquer tipo de intervenção a realizar terá que passar sempre pela defesa do edificado e das populações que estão próximas do mar e que já se encontram em risco permanente no sentido de evitar que o mar continue a avançar desta forma tão erosiva”, referiu Benjamim Pereira.
O autarca confessou-se esperançado na sensibilidade do governo de Passos Coelho e diz ter expectativas de que “venha, de alguma forma, a alocar verbas para uma intervenção no Litoral de Esposende, nomeadamente nas zonas mais afetadas - junto às torres de Ofir e a zona Sul - em concreto em Apúlia, Cedovém e na Praia da Couve”.
O responsável adverte, ainda, para os problemas económicos que a erosão do mar também tem causado no concelho. “Todas estas zonas junto às praias, com vários estabelecimentos de restauração têm sido muito prejudicadas e até os pescadores estão impedidos de ir ao mar ganhar a vida”.