APDL garante que não há razão para alarme ecológico e que "o material é bom" até para combater a erosão da costa.
Sugadas pelas dragagens do Porto de Leixões, as toneladas de sedimentos depositados junto às praias, designadamente na que confronta com a do Castelo do Queijo, suscitaram alarme junto da população, o que levou a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) a esclarecer que os inertes não causam danos ambientais e que, pelo contrário, "o material é de boa qualidade" e bom para "melhorar o comportamento das praias, combatendo a erosão".
"A cor escura, o mau cheiro e as espumas" denunciadas à APDL por pescadores desportivos e banhistas deste outono clemente têm origem nos sedimentos lançados ao mar, perto da costa, por um canhão instalado no barco que transporta os inertes desde porto e os deposita a cerca de uma centena de metros da praia. Segundo a Administração do Porto de Leixões, o restante material é lançado mais ao largo, a 2,2 milhas da costa.
Hugo Lopes, engenheiro da APDL, explica que a tonalidade dos inertes é como a de todos os leitos dos rios, "onde há lodos" e material "um bocadinho mais turvo, mais escuro, que dá alguma cor". Acrescenta, ainda, que a fraca ondulação dos últimas dias não tem permitido a mistura das partículas no mar. E garantiu que não há "qualquer tipo de preocupação do ponto de vista ambiental".
A APDL assegura que "a granulometria é compatível com as areias das praias" e que os sedimentos são "o melhor material possível para alimentar a praia".
As dragagens estão a ser feitas no canal de acesso e no anteporto do porto de Leixões. A APDL garante que só as areias dragadas no canal de acesso são descarregadas na envolvente do Castelo do Queijo.
A operação em curso, para imersão dos dragados da bacia de rotação, decorrerá até esta quarta-feira, em três locais próximos das praias de Matosinhos e do Porto. A APDL garante que os sedimentos são sujeitos a análises prévias rigorosas.
A empreitada de melhoria das acessibilidades marítimas ao Porto de Leixões, que inclui o prolongamento do quebra-mar em 300 metros, tem um custo previsto de 147 milhões de euros. O prazo de execução da obra é de 30 meses.
QUEREMOS LEMBRAR QUE O DINHEIRO INJETADO NO PROLONGAMENTO DO QUEBRAMAR É DINHEIRO QUE ESTARIA DISPONIBILIZADO PARA DEFESA DA ORLA COSTEIRA, COMO ESTIPULA O POC-CE