INTRODUÇÃO

Pedrinhas e Cedovém são dois Lugares à beira mar, situados entre Ofir e a Apúlia, no concelho de Esposende - PORTUGAL.
Localizam-se num lugar calmo em cima do areal, onde pode almoçar e jantar com uma gastronomia típica local e poder usufruir de uma paisagem natural marítima Atlântica a uma temperatura do Litoral do Sul da Europa. Os caminhos e os percursos de acesso ainda se encontram em areia e criam uma composição que conjuga de forma perfeita entre a topografia e época das construções, o que dá um cunho único ao Lugar. Se estivermos acompanhados com alguém especial, imediatamente nos apaixonamos e nunca mais conseguimos cortar o "cordão umbilical" com este LUGAR cheio de magia e de uma beleza natural única.

2018/07/30

Quercus denuncia obras danosas em Ofir

O presidente da associação denuncia ao SOL que as obras feitas na Praia de Ofir provocaram a destruição da restinga e poluíram o areal e o mar. E alerta: há um perigo real de a marginal inundar

O problema da falta de areia em Ofir não é novo - esta praia de Esposende, no distrito de Braga, já foi recorrentemente notícia no passado por essa razão. Mas agora volta a sê-lo, não devido ao problema, mas à solução que foi encontrada. A obra feita em 2014 pela Sociedade Polis Litoral Norte veio, afinal, criar mais problemas e pôr em causa a qualidade da praia, denuncia a Quercus ao SOL.

João Branco, presidente da associação, explica ao SOL que, se até à efetivação das obras a restinga (parte do mar em que a água tem pouco fundo) de Ofir não estava em causa, depois da intervenção da Sociedade Polis Litoral Norte, tudo mudou. «Uma parte substancial dessa restinga, que estava há séculos naquele local e era um dos sítios mais bonitos do litoral norte - por isso é que  foi classificado primeiro como área de paisagem protegida e, atualmente, como parque natural -, foi destruída pelo mar já depois das obras. As obras não foram feitas como deviam, nem sequer cumpriram o plano original da recuperação do litoral de Esposende», adianta João Branco. O desaparecimento dessa parte da restinga veio pôr em causa a segurança da cidade de Esposende e da sua marginal que, segundo o responsável, era protegida pela restinga. Como resultado, «a marginal poderá vir a ser inundada com as próximas marés vivas ou com temporais», alerta João Branco.
Mas a empreitada levada a cabo na Praia de Ofir teve outras consequências: «Fizeram uma reposição de areia que está cheia de terra. E portanto, atualmente, quando a pessoa está na praia de Ofir, está no meio da poeira, porque as pessoas ao caminharem ali estão sempre a levantar o pó da terra que está misturada na areia. Ou seja, no lugar do que antes era uma praia de areias brancas sem o mínimo de terra misturada, está uma areia de baixa qualidade que ali foi posta e que tirou imenso potencial à praia».


Questionada sobre a intervenção feita no local, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) explicou ao SOL que «o projeto desenvolvido pela Polis Litoral Norte contemplou a criação de um dique, bordejando a parte norte da restinga de Ofir, constituído por três fiadas em altura de geocilindros, no lado exterior e na ponta da restinga, e por duas fiadas, no lado interior. Os geocilindros são ‘contentores’ de forma cilíndrica, fabricados com mantas de material geossintético, que foram cheios com areia». Sobre a areia utilizada, a APA adianta que foi «dragada na barra do Cávado e parte final do seu canal de navegação», justificando que «os sedimentos utilizados foram previamente sujeitos a ensaios laboratoriais de caracterização físico-química, em cumprimento com a Portaria n.º 1450/2007, de 12 de novembro». Os resultados, diz a APA «indicaram que as amostras recolhidas inseriam-se na classe 1, que caracteriza o material dragado limpo, ou seja, que pode ser depositado no meio aquático ou reposto em locais sujeitos a erosão ou utilizado para alimentação de praias sem normas restritivas». Adiantam ainda que «relativamente à análise granulométrica e textural, verificou-se uma predominância de areia, com diâmetros das partículas entre 0,02 e 2mm».
Ao SOL a APA afirmou ainda que «a Polis Litoral Norte tem já iniciada a ‘Empreitada de alimentação artificial das praias adjacentes ao rio Cávado’ que contempla, para além de outras ações, o reforço dunar daquela praia com recurso a areias provenientes das dragagens de manutenção a realizar na barra e troço final do canal de navegação do Rio Cávado».


Pormenor do material dos geocilindros
Pode tudo ter sido feito de acordo com as imposições legais, mas certo é que, como diz João Branco, «a restinga acabou por ser destruída». Os geocilindros, aliás, «rebentaram, e o material dos geocilindros acabou por poluir o areal e o mar», acrescenta o responsável, que diz ter conhecimento de que essa situação está, entretanto, na base de um litígio entre a Sociedade Polis Litoral Norte e o empreiteiro da obra, uma vez que o material dos geocilindros não era o que estava previsto no caderno de encargos. Contactada pelo SOL, a Polis Litoral Norte não confirmou nem desmentiu a situação relatada pela Quercus, informando apenas que ...
«a direção técnica da Polis Litoral Norte encontra-se de férias até ao dia 15.08.2018, pelo que só a partir desta data será possível responder às questões».
Mais a sul, um problema semelhante
Alguns quilómetros mais abaixo no mapa do país, a Praia da Vagueira - enaltecida por um areal particularmente extenso - revela-se como mais um exemplo de uma praia onde a escassez de areia é mais evidente a cada ano que passa.
Ao SOL, o autarca da Câmara Municipal de Vagos, Silvério Regalado, atribui o problema «à falta de trânsito sedimentar, provocado pelas barragens e também pelos molhes construídos, nomeadamente a extensão do molhe norte do Porto de Aveiro, que retêm as areias e as impedem de seguir o seu curso normal». Mas para o autarca a falta de investimento é o grande problema: «O maior problema da nossa costa foi a falta de investimento do Estado durante vários anos, conforme confirmou o Grupo de Trabalho para o Litoral, no seu relatório de 2015, que afirma que em 20 anos (até 2014) o investimento na proteção costeira totalizou 196 milhões de euros, ou seja, menos de 10 milhões de euros por ano. Felizmente, a partir de 2012 e apesar da crise que o país atravessou, esse paradigma foi alterado e o Governo da altura passou a apostar de forma concreta em medidas de adaptação às alterações climáticas».
A partir daí, destaca Silvério Regalado, várias intervenções foram levadas a cabo, tanto pela câmara, como pela APA e ainda pela Polis Litoral Ria de Aveiro. De momento, a autarquia aguarda «pelo projeto de alimentação do troço costeiro Costa Nova - Vagueira, com 2 milhões de metros cúbicos de areia, anunciados pelo Governo em 2016, incluído na estratégia de Proteção Costeira Litoral XXI».

2018/07/28

Praias em risco na costa portuguesa

A qualidade balnear está em risco: salta aos olhos de banhistas que, de norte a sul do país, vão à praia e veem os areais a desaparecer. Ao SOL, a Quercus diz-se preocupada. 


Cedovém - Esposende

A costa portuguesa está em risco. Quem o diz são os especialistas e ambientalistas da Quercus que, ao SOL, destacam algumas praias, de norte a sul do país, onde o desaparecimento do areal tem sido mais notório.

Cedovém - Esposende
Praia de Vale do Lobo em Loulé,  Portinho da Arrábida em Setúbal, as praias da zona norte da Costa de Caparica - como a Praia de São João, a Praia de Santo António da Caparica ou a Praia do Norte -, a Praia do Abano em Cascais, a do Furadouro, a da Cortegaça e da Costa Nova em Aveiro, a da Barra em Ílhavo, a do Pedrógão em Leiria, a da Vieira na Marinha Grande, a de Vagueira em Aveiro e, em Esposende, a Praia de São Bartolomeu, a de Esposende e a de Ofir - destinos de tantos banhistas ao longo de anos, hoje estão reduzidas a areais escassos e algumas apenas a pedras, tendo mesmo perdido a qualidade balnear que outrora tiveram.
Ofir - Esposende
Mas qual o motivo na base do problema? Porque é que a costa portuguesa, tão elogiada pelas suas praias e largos areais, tem estado a perder parte do seu património natural? Nuno Sequeira, membro da direção da Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza - explica ao SOL que, apesar de não haver uma resposta «totalmente conclusiva», é possível identificar elementos que contribuem para o que se está a verificar.
«No norte e no centro do país, o grande problema tem que ver exatamente com a falta de sedimentos, que chegam ao mar através dos rios, onde proliferam grandes barragens», elucida o responsável. «Em zonas mais a sul, como a Costa de Caparica, pensa-se que também parte do problema pode ser a existência de grandes barragens, que fazem retenção de sedimentos, que possa estar na origem desta falta de areia».
Foz do Rio Cávado - Ofir - Bonança - Esposende
(bacia hidrográfica do Cávado)
Só na bacia hidrográfica do  Douro, por exemplo, existem mais de 50 barragens em Portugal e em Espanha - um facto que pode ajudar a compreender o porquê de as praias do norte português, em comparação com o resto do país, serem as mais prejudicadas quando se fala em falta de areia.
Bonança - Esposende
Para o membro da direção da Quercus, «devia haver uma medida que obrigasse os concessionários das barragens a libertar a areia para que ela chegasse ao mar, mas isso não acontece e portanto os rios, que naturalmente levariam os sedimentos para o mar e esses sedimentos iriam recarregar as praias, acabam por não conseguir levar a areia e portanto a falta de areia sente-se nas praias». À falta de uma imposição oficial, Nuno Sequeira defende que os próprios concessionários «podiam libertar essa areia, com descargas de fundo, por exemplo»: «Mas isso acaba por trazer prejuízos financeiros às empresas e por isso não o fazem».

Segundo o especialista, na base do problema pode haver também outras explicações, como o aumento de fenómenos extremos - marés vivas e tempestades - e o aumento do nível médio da água do mar. Segundo o mais recente Relatório do Estado do Ambiente, referente ao ano de 2017, em Portugal o nível médio das águas do mar tem subido 4,1 milímetros por ano, nos últimos 10 anos.  


Esposende
Os dados do Relatório do Estado do Ambiente de 2017, mostram que existe uma extensão de 180 quilómetros de território costeiro que está «efetivamente em situação crítica de erosão», um número que, na visão do responsável da Quercus, «é muito, muito elevado». Já no Relatório do Estado Ambiente do ano anterior (2016), o número avançado era o mesmo.
Foz do rio Cávado - Esposende

«No entender da Quercus este é um cenário muito grave, que pode ter efeitos devastadores na nossa costa», diz. 

E embora à primeira vista as implicações possam parecer apenas ambientais, a verdade é que vão muito além disso. «Há obviamente também implicações sociais e económicas, uma vez que muitas atividades que temos em Portugal, como o turismo, e que são tão estruturais na economia do país, podem vir a sofrer com esta situação que se está a viver na nossa costa».
Blogue Pedrinhas & Cedovem com SOL

2018/07/27

HOJE, o mais longo eclipse lunar do século chega a Portugal



A Lua vai nascer em eclipse total em Portugal, na sexta-feira. Durante mais de uma hora, a Lua vai estar avermelhada, fenómeno que é anunciado como "o eclipse lunar mais longo do século", apurou o JN.
Se vive em Portugal, qualquer local é válido para assistir ao eclipse total da Lua, até as grandes cidades, onde há muita luz. hoje, a Lua nasce avermelhada às 20.40 horas na zona sul e às 20.50 horas na zona norte. Durante um período de tempo "particularmente longo" de mais de 100 minutos, vai ser possível ver o eclipse de qualquer região portuguesa.

"Para nós em Portugal, a Lua já vai nascer na fase da totalidade. Não vamos ver a fase da sombra da Terra a tapar a Lua, ela já nasce avermelhada. Ao longo de mais de uma hora, vamos ver a totalidade, que acaba pelas 22.15 horas. A Lua sai totalmente da sombra da Terra por volta das 23.20 horas", disse Ricardo Reis, do grupo da comunicação do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço ao JN.
Nos eclipses lunares, a Lua passa na sombra da Terra, havendo um alinhamento perfeito entre o Sol, a Terra e a Lua. Ao contrário de um eclipse solar, durante o qual a Lua tapa a luz do Sol, no eclipse lunar, por causa da atmosfera da Terra, a luz é desviada de maneira diferente, surgindo uma tonalidade avermelhada.

"Acontece um fenómeno semelhante quando o sol se aproxima do horizonte. Uma vez que a luz do sol tem mais quantidade de ar para atravessar e começa a ficar avermelhado", exemplificou o astrónomo.
"Lua sangrenta" ou "Lua vermelha" são termos dados a esta ocorrência. Contudo, Ricardo Reis considerou que podem ser "enganadores", porque a tonalidade pode variar, desde o mais acinzentado até ao vermelho vivo, passando "por tudo pelo meio".
Apesar de ser "o eclipse lunar mais longo do século", o astrónomo relembrou que o eclipse que vai acontecer em junho de 2029 tem apenas menos um minuto. "Os eclipses da Lua são relativamente comuns e acontecem várias vezes ao ano. O próximo vai ser já a 21 de janeiro de 2019. Vai ser um pouco mais curto do que vamos ver agora", explicou Ricardo Reis. Um eclipse com um maior tempo de duração só vai acorrer no próximo século.
Como se não bastasse, nesse dia em que há um alinhamento perfeito entre o Sol, a Terra e a Lua, haverá também um alinhamento perfeito entre o Sol, a Terra e o planeta Marte. "Isto acontece numa data muito próxima do ponto de maior aproximação dos dois planetas a 31 de julho. Por essa razão, Marte está extremamente brilhante no céu", referiu Ricardo Reis. Na sexta-feira, o "Planeta Vermelho" nasce cerca de 40 minutos depois da Lua, posicionando-se muito perto do astro no céu.
O Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço está a organizar uma sessão de observação da Lua e Marte na Quinta do Covelo, no Porto, na sexta-feira às 22 horas. A entrada é livre.

2018/07/10

REVOLTA POPULAR - INOPERÂNCIA POLITICA DE PROTEÇÃO


COLOCANDO CÁ OS ESPORÕES
DIZEM QUE ASSIM É QUE É!
GASTARAM TODO O DINHEIRO
QUE VEIO DA CEE?


ANDAM TUBARÕES À SOLTA
QUEREM ATACAR 
MAS PARA NOS EXPULSAR
DAQUI! PRIMEIRO
TÊM QUE NOS MATAR.

Manifestação POPULAR


ESSE INTELECTUAIS
VENDERAM-NOS ILUSÕES
DESTRUÍRAM AS NOSSAS DUNAS
COLOCANDO CÁ OS ESPORÕES

2018/07/08

Feira Medieval e Viking arranca em Famalicão

Termina  hoje, em Famalicão, mais uma edição da Feira Medieval e Viking.
A iniciativa conta com a participação de 500 figurantes, que até domingo vão recriar o ambiente medieval e viking, com músicos, atores, malabaristas, acrobatas, cavaleiros, bailarinas, mercadores, entre outras personagens alusivas à época.

Além da programação, que apresenta como ponto alto o momento do “assalto ao castelo” (dias 06, 07 e 08), os quatro dias de feira os visitantes usufruem de uma forma permanente do mercado típico, jogos medievais e vikings, figurantes e música da época, exposição de animais de grande e pequeno porte, exposição de artefactos de tortura e morte, recriação da aldeia do povo europeu e viking, recriação da aldeia dos leprosos, animações por todo espaço.

A feira, que a partir deste ano passa a realizar-se anualmente, decorre nos jardins da Praça D. Maria II, e assume-se como uma oportunidade única para contatar de perto com a cultura dos povos oriundos do norte da Europa e de conhecer a sua relação com o concelho.
A presença Viking no território de Vila Nova de Famalicão faz parte da identidade territorial, estando devidamente registada nos “Annales Portucalenses Veteres”, que relatam uma incursão de normandos (“homens do Norte”), a 06 de setembro de 1016, no território que hoje é o concelho de Vila Nova de Famalicão.

2018/07/01

Transdev cria “linha de praia” entre Braga e Apúlia, Esposende e Póvoa de Varzim



A Transdev vai lançar uma nova “linha de praia” entre julho setembro, com ligação de diária de ida e volta entre Braga e as praias de Apúlia, Esposende e Póvoa de Varzim.
Das 10 carreiras especiais de verão que a Transdev vai lançar em 2018, duas estão já em funcionamento, desde o passado dia 16 de junho, assegurando a ligação às praias de Vila do Conde e da Póvoa de Varzim, a partir de Santo Tirso e da Trofa, até ao dia 9 de setembro. 
A partir do próximo dia 01 de julho e até setembro, serão disponibilizadas mais oito Linhas de Praia, com pontos de partida em Braga, Salamonde, Gerês, Agra, Castro Daire, Coimbra, Aveiro e Viseu.
Todos os anos, temos vindo a animar o verão de milhares de pessoas residentes no interior do país, proporcionando a muitas famílias retirar o máximo partido da estação balnear. Este ano, prevemos transportar, diariamente, mais de 30 passageiros em cada uma das 10 Linhas de Praia que vamos disponibilizar”, refere Joana Abreu, responsável de Marketing da Transdev. 
As deslocações a partir de Salamonde, Gerês e Agra terão como destino as praias da Apúlia, enquanto que a linha de Braga vai assegurar as viagens de ida e volta às praias da Apúlia, Esposende e Póvoa de Varzim. 
Refira-se que as Linhas de Praia de Santo Tirso, Trofa, Braga, Coimbra e Aveiro têm uma oferta diária até ao mês de setembro, enquanto que nas restantes linhas – Salamonde, Gerês, Agra, Castro Daire e Viseu -, as viagens de ida e volta realizam-se aos domingos, durante o mesmo período. 

2018/06/09

Andores com vários santos embarcaram na viagem entre a Marina dos Pescadores e a Barra.



No dia 3 de Junho A Associação Pescadores de Esposende realizou ao final da manhã a habitual “romagem” à barra para recordar pescadores falecidos daquela comunidade piscatória (ver fotos).

Para além do ritual, o momento ficou marcado pelo colorido e rito dos andores de várias freguesias que desceram dos altares para embarcar “nas águas do Cávado”.


São Pedro, padroeiro dos pescadores, liderou a “romagem” que também foi momento de recordar problemas antigos da barra, dos pescadores, de uma comunidade exposta à rigidez da natureza e ausências de soluções.


A coroa foi levada pela embarcação do ISN ao mar, porque a barra já nem os santos deixa passar a barra.
Blogue Pedrinhas & Cedovém com Diário do Minho

2018/05/13

"Fátima protege-nos mas vê-se aflita"

ESPOSENDE - Comunidade piscatória e restauração há décadas pela requalificação da praia e zona envolvente destruída pelo mar por causa dos esporões

"Adriano Ribeiro, 53 anos, pescador desde os catorze, é um homem revoltado. O mar tem roubado extensão à "sua praia" de Pedrinhas e Cedovém, em Apúlia, Esposende, e continua a destruir as dunas, por mais estacas e sacos de areia que ali sejam colocados como proteção. O betão da rampa por onde passam os barcos, quando saem e regressam da pesca, já quebrou devido à erosão.
Pelo menos, uma das casas, que há muito estão condenadas à demolição, por se encontrarem em zona de risco, já tem parte das fundações à mostra, de tão escavadas que estão pelas águas. Tudo isto acontece nas costas de uma corda de restaurantes, que ali foram nascendo ilegalmente ao longo de décadas e que se tornaram num "motor económico e turístico" de Apúlia. Crítico em palavras e ações Adriano é uma das principais vozes do descontentamento das gentes locais, como o "esquecimento" a que a zona está votada.


Junto à rampa de embarque, quebrada a meio, colocou uma placa com a imagem de Nossa Senhora de Fátima onde se lê: "Obrigado Maria. A verdadeira riqueza não está nas coisas, mas no coração". E comenta, irónico: "A Senhora de Fátima protege Cedovém, mas vê-se aflita". O que mais aflige o pescador são "os milhões" que há anos vão sendo anunciados para requalificação, sem concretização à vista. "É vergonhoso. Estão sempre a falar que vão investir, que vão investir e nunca mais. Esta comunidade está esquecida", lamenta.


PROCESSO DE INTERVENÇÃO
O presidente da Câmara de Esposende, Benjamim Pereira, garantiu ao JN, que está em marcha o processo de intervenção em Pedrinhas e Cedovém para "reforço e melhoria das condições dos pescadores e a reestruturação da zona, permanecendo os restaurantes". "Estamos a desenvolver um projeto global de requalificação, dentro da Polis, com uma imagem urbana digna e não de um amontoado de barracas. Até ao final do verão gostaria muito de o apresentar", declarou, referindo estar garantido "um financiamento de 15 milhões de euros". Segundo o autarca, na versão anterior do projeto, entretanto abandonada, contemplava um investimento de 11 milhões e "não previa que ficasse lá nenhuma edificação"

Fernando Sá, atual proprietário do restaurante "O Mudo", o mais antigo dos sete, considera: "Se não fossem os pescadores, Cedovém não existia. Já tinha ido tudo por água abaixo". Neto dos antigos fundadores do restaurante, Sá com 34 anos, trabalha "um dia de cada vez" à espera do futuro. "Desde que nasci que ouço falar que isto vai tudo abaixo. Não sabemos se isto dura seis meses, um ou 50 anos. Sou da opinião de que os restaurantes não saiam daqui e se criem condições para toda a gente: nós, os pescadores e as famílias que moram aqui", conclui."

PESCADOR, CLEMENTE PALMEIRA, 77 ANOS
"Ninguem liga nenhuma a Pedrinhas e Cedovém. O problerma já dura há uns 20 anos, desde que fizeram os esporões"

PRESIDENTE DA POLIS DO LITORAL NORTE, PIMENTA MACHADO
"Já se fez um levantamento cadastral da área e o projeto de requalificação está previsto no Plano de Ordenamento da Orla Costeira"

Blogue Pedrinhas & Cedovém com JN

2018/05/09

Ministro demite responsáveis por resíduos e recursos hídricos na APA

João Matos Fernandes demitiu dois elementos do conselho diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente responsáveis por duas áreas distintas: recursos hídricos e resíduos.


 O ministro do Ambiente demitiu dois elementos do conselho diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), responsáveis pelas áreas de recursos hídricos e de resíduos, que passam a ser geridas por Pimenta Machado e Mercês Ramos Ferreira.
Duas áreas do conselho diretivo da APA tinham de seguir rumos diferentes, nos resíduos não estávamos a encontrar o dinamismo que queremos, com a [aposta na] economia circular, e nos recursos hídricos é preciso dar um impulso às políticas e transformá-las em obra”, disse esta quarta-feira à agência Lusa João Matos Fernandes.
Na área da gestão de resíduos, a escolha foi para Maria Mercês Duarte Ramos Ferreira, que, até fevereiro exerceu funções de técnica superior no gabinete de apoio ao presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, trabalhando em projetos como o Plano Municipal para a Economia Circular, depois de ter sido vereadora de Ambiente naquela autarquia.
Para liderar a gestão dos recursos hídricos, o ministro do Ambiente contratou José Carlos Pimenta Machado da Silva, administrador Regional da Administração da Região Hidrográfica (ARH) do Norte, departamento da APA no norte, e que, em 2013, assumiu a presidência do Conselho de Administração da Sociedade Polis Litoral Norte, além de ser membro da direção do Instituto de Hidráulica e Recursos Hídricos da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Deixam a direção da APA António João Sequeira Ribeiro, que ocupava o cargo de vice-presidente, e Inês Diogo, vogal. A economia circular é uma prioridade do ministro do Ambiente e visa alterar formas de produzir para reduzir a pressão sobre os recursos naturais, optando por reutilizar e reciclar materiais.
Na área dos recursos hídricos, aquando do foco de poluição do rio Tejo, em Vila Velha de Rodão, com o aparecimento de espuma, a APA foi criticada e algumas entidades e partidos políticos da oposição defenderam a demissão do presidente da agência do Ambiente, Nuno Lacasta.

2018/04/27

Viana vai ter observatório do litoral na Praia Norte com mini-submarino e aquário de 14 metros quadrados



Um mini-submarino e um aquário com 14 metros quadrados são algumas das valências do Observatório do Litoral Norte que vai abrir porta, dentro de seis meses, na Praia Norte. O equipamento, orçado em 340 mil euros vai integrar ainda três unidades de microscopia avançada e um hidrofone a instalar ao largo de Viana do Castelo .
Para o vereador do Ambiente e Biodiversidade, Ciência, Inovação e Conhecimento, Ricardo Carvalhido,  laboratório do mar “será uma área fundamental de apoio ao desenvolvimento de atividades de investigação científica, transferência de conhecimento e interatividade”,
O Observatório do Litoral Norte é financiado pelo Programa Operacional Regional NORTE 2020 e vai ser  instalado num edifício já construído na Praia Norte no âmbito da empreitada de requalificação da Polis Litoral Norte.
Aquele laboratório “será equipado com três unidades de microscopia avançada, para a realização de estudos com epifluorescência e contraste de fase, microscopia estereoscópica e invertida e disporá de um mini-submarino para estudo dos ambientes marinhos até cerca de 100 metros de profundidade”.
O mini-submarino estará equipado “com uma câmara de vídeo, sensores multi-paramétricos e uma unidade de colheita de amostras”.
O observatório será ainda dotado de “um com aproximadamente 14 metros quadrados, onde estarão representados os ambientes marinhos locais”.
Já a sonorização do observatório “será garantida pelo sinal acústico enviado do ‘offshore’, em tempo real, através de um hidrofone a instalar ao largo da costa”.
Os dados que vier a recolher serão valorizados sob o ponto de vista científico para estudos de trânsito de espécies marinhas e para a reabilitação de ecossistemas”, especificou.
O novo laboratório vai ainda dispor de “uma exposição interativa, continuamente atualizada pelas equipas de investigação residentes que abordará os temas locais da evolução climática, dos ambientes e da biodiversidade”.
“Também será possível ver, através de imagem, em tempo real dos ambientes do estuário, de montanha e de mar de Viana do Castelo, as áreas classificadas como Sítios de Importância Comunitária da rede Natura 2000 e Monumentos Naturais”, destacou.
Ricardo Carvalhido destacou que o observatório “permitirá uma contínua atenção da comunidade científica sobre as áreas classificadas, condição essencial na garantia da proteção e conservação dos interesses naturais, mas também na produção de conhecimento que poderá sustentar novos produtos e projetos de base inovadora”, destacou o responsável pelas áreas do Ambiente e Biodiversidade, Ciência, Inovação e Conhecimento.
O equipamento disponibilizará também “três programas interativos gratuitos, com duração entre 30 minutos e cinco horas, destinados às escolas e ao público em geral, para contacto direto com os investigadores, permitindo uma abordagem centrada no laboratório e os seus equipamentos até uma abordagem da exploração remota das águas costeiras”.
O novo laboratório integra a Rede Municipal de Ciência, iniciada em janeiro com a inauguração de laboratórios na rede escolar do concelho, num investimento de 150 mil euros.
Promovida pelo Geoparque do Litoral de Viana do Castelo, “a primeira rede escolar de ciência e de apoio à investigação científica do país, instalada nas sedes de sete agrupamentos de Viana do Castelo, envolve cerca de três mil alunos e 30 investigadores”.
Além do novo observatório, a criar na Praia Norte, o projeto de criação de um ‘campus’ de ciência e de conhecimento em Viana do Castelo prevê ainda a criação de outras duas unidades de investigação, uma no rio, a instalar no estuário do Lima e, a outra, na montanha, na serra d’Arga.

A concretização daquele ‘campus’ de ciência e conhecimento prevê a constituição de um “consórcio científico que envolverá partilha de meios físicos e humanos, entre a Câmara de Viana do Castelo, o Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), o Instituto para a Bios-sustentabilidade da Universidade do Minho e o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) da Universidade do Porto”.
de Andrea Cruz (RAM)

CONCURSO DE RECOLHA DE IMAGENS DO PATRIMÓNIO CULTURAL IMATERIAL GALEGO-PORTUGUÊS

Certame de recolla das imaxes do Patrimonio Cultural Inmaterial galego-portugués


O Patrimonio Cultural Inmaterial está constituído, segundo a UNESCO, "polas tradicións orais, as artes do espectáculo, os usos sociais, rituais, actos festivos, coñecementos e prácticas relativas á natureza e ao universo e os saberes e técnicas vinculados á artesanía tradicional”. Dende principios do século XX, este conxunto de expresións, herdadas do pasado e transmitidas de forma oral, atoparon na fotografía un valioso rexistro documental e moitas foron as imaxes que se tomaron das expresións culturais espalladas ao longo da Eurorrexión Galicia e Norte de Portugal.

Asociación Cultural e Pedagóxica Ponte…nas ondas! leva moitos anos defendendo a recuperación e transmisión do Patrimonio Cultural Inmaterial común en Galicia e no Norte de Portugal. Unha forma de divulgalo é incorporalo ás programacións educativas e presentarllo ás escolas como material que poida ser utilizado na súa dinámica de traballo.

É por este motivo polo que, CONVOCA o CERTAME DE RECOLLA DAS IMAXES DO PATRIMONIO CULTURAL INMATERIAL GALEGO-PORTUGUÉS


Para calquera aclaración respecto a este certame poden dirixirse a: ondas@pontenasondas.org

Com o apoio do Blogue Pedrinhas & Cedovém

2018/04/20

DIA INTERNACIONAL DOS MONUMENTOS E SÍTIOS 2018

No dia 18-4-18 houve uma visita guiada ao Lugar de Pedrinhas e Cedovem, no intuito de contar a sua fantástica História e ao mesmo tempo alertar para a necessidade da sua conservação e proteção.


O tema do ano passado foi "Património Cultural e Turismo sustentável" este ano é "Património Cultural: de geração em geração".



2018/04/18

Sarrabulhada à vianense (ou uma anedota à moda do Minho)


A 22 de julho de 1972, a Câmara de Viana do Castelo vendeu o terreno onde existia o antigo mercado municipal a um tal Fernando Coutinho, destinado à construção de um prédio de seis andares.
Em janeiro de 1973, o novo proprietário do terreno apresenta à autarquia um projeto para a construção de um prédio que afinal tinha 13 andares (foto). Mais do dobro.
Um mês depois, apesar de toda a contestação, a Comissão Municipal de Arte e Arqueologia considerou não existir nenhum inconveniente quanto à altura e volumetria do edifício, dando parecer favorável ao projeto.
Em janeiro de 1975, já depois da revolução e com o prédio construído, a comissão administrativa que assegurou a condução da Câmara após o 25 de abril afirmou que tinha sido cometido "o maior atentado à harmonia" da cidade.
E, pela primeira, vez pedia-se a demolição do edifício.
Há 46 anos que se arrasta esta novela minhota e tão portuguesa, que há dias teve mais um episódio: "Providencia cautelar trava despejo do moradores do Edificio Coutinho" (Ler JN de 26 de março último).
É uma ópera bufa que, no fim de contas, revela incompetência a dois níveis: do sistema de justiça e do poder autárquico, ambos anedoticamente incapazes de lidar com problema.

Blogue Pedrinhas & Cedovém com Paulo Penedono no JN de 17/04/2017

Descoberto tesouro oculto do famoso rei viking Harald Bluetooth


Junto a um professor, um menino de 13 anos encontrou uma moeda de prata viking, o que levou a uma descoberta posterior de colares, pérolas, broches, braceletes e anéis ligados à dinastia do rei Bluetooth que governou a Dinamarca há mais de mil anos.
Quem não gostava de brincar de caça ao tesouro em criança? O passatempo exige dedicação, raciocínio rápido e rende ainda algumas doses de adrenalina. Na maior parte das vezes, o objeto a ser coletado no final é um objeto banal, que só servia para dar graça à brincadeira. Em ocasiões festivas, poderia ser um presente ou ovos de chocolate para a Páscoa, por exemplo. 

Mas nenhuma caça ao tesouro se compara a esta, empreendida por um garoto de 13 anos de idade e o seu professor, na ilha alemã de Rüngen, localizada no mar Báltico. A dupla encontrou uma moeda de prata viking, o que levou a uma descoberta posterior de colares, pérolas, broches, braceletes e anéis ligados à dinastia do rei Bluetooth que governou a Dinamarca há mais de mil anos. 


Este é o maior tesouro encontrado na região do sudeste do Báltico”, afirmou um arqueólogo sobre o achado. 


Para realizar esta descoberta, o arqueólogo amador René Schön e o seu aluno Luca Malaschnitschenko – ambos voluntários de um escritório de arqueologia do estado da Alemanha – saíram com detectores de metais à procura do que quer que aparecesse. 


Em janeiro de 2018, na ilha de Rüngen, onde a dupla achou o que parecia ser uma peça de alumínio comum. Porém, ao levar o artefato até a Secretaria do Estado, o objeto foi estudado e identificado como uma moeda de prata pertencente ao assentamento comercial Hedeby, da Era Viking. 




Foi então que o órgão estadual pediu para que Schön e Malaschnitschenko, de apenas 13 anos, não contasse nada sobre seu achado. 


Três meses após um longo trabalho de investigação, os arqueólogos do Departamento do Estado estudaram uma área de 400 metros quadrados e desenterraram muitos mais tesouros vikings, principalmente jóias ligadas à dinastia do rei Bluetooth.


Segundo a informação desta segunda-feira, o Escritório Regional de Arqueologia e Conservação de Monumentos do estado-federado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, na Alemanha, através de um comunicado, neste fim-de-semana, afirmou que foram recuperadas mais de 600 peças de prata do século X, entre as quais mais de 100 moedas cunhadas pelo rei Harald “Blaatand” Gormsson.

Além das moedas, que incluem gravuras de cruzes cristãs e pesam cerca de 0,3 gramas, foram encontradas pérolas, gargantilhas, fíbulas (alfinetes de peito) e um martelo.

Algumas das peças estão cortadas aos pedaços, porque eram usadas como pesos, segundo os arqueólogos, que consideram que se trata da maior descoberta de moedas realizada até o momento no sul do Mar Báltico.
Harald Blaatand, ou “Bluetooth”, filho do rei Gorm e da rainha Thyre, foi conhecido na sua época pela unificação das tribos norueguesas, suecas e dinamarquesas e pela conversão ao cristianismo. O sobrenome do famoso rei dinamarquês, que significa dente azul, acabou por dar nome ao sistema de ligações sem fio bluetooth, em homenagem às habilidades de comunicação que foram atribuídas ao monarca. 


Depois de perder uma batalha contra o filho Svend Tveskaeg (barba bifurcada), Harald Blaatand fugiu ferido para a ilha de Wolin, onde morreu. Segundo os arqueólogos alemães, a descoberta em Rügen pode estar relacionada com essa fuga, com a qual também foram vinculadas duas descobertas de jóias realizadas no final do século XIX na ilha próxima de Hidensee.
As primeiras pistas sobre o tesouro foram sem duvida trazidas por dois arqueólogos amadores, Rene Schön e o jovem Luca Malaschnitschenko, de 13 anos, que se dedicavam a rastrear, perto da cidade de Schaprode, em Rürgen, objetos arqueológicos com dispositivos GPS e detetores de metais.
Após localizarem várias peças, no inicio confundiram com fragmentos de alumínio e ferro, os dois decidiram entrar em contato com as autoridades competentes. neste último fim de semana, arqueólogos e voluntários, inclusive o menino de 13 anos, fizeram escavações na região e encontrarem todo o tesouro.
O rei Bluetooth, também conhecido por rei Haroldo I da Dinamarca, ganhou esse nome devido a uma descoloração em seu dente, que fazia ele parecer azul (blue tooth, em inglês, quer dizer dente azul). Ele ficou conhecido por implantar o cristianismo em seu país. 

Ao final de sua vida, o filho do rei Bluetooth, Sweyn Forkbeard, se rebelou contra ele e tomou o trono para si. O antigo rei foi-se refugiar em Pomerânia, ao norte da Alemanha e Polónia, e morreu de seguida. 


As moedas de metal encontradas pelos arqueólogos datam, inclusive, ao período em que o rei Bluetooth esteve por ali. A mais antiga delas data ao ano 714 d.C. e a mais recente ao ano de 983 d.C. 


Nós temos aqui um caso raro de descoberta que parece corroborar fontes históricas”, afirmou um arqueólogo ao jornal inglês The Guardian.