INTRODUÇÃO

Pedrinhas e Cedovém são dois Lugares à beira mar, situados entre Ofir e a Apúlia, no concelho de Esposende - PORTUGAL.
Localizam-se num lugar calmo em cima do areal, onde pode almoçar e jantar com uma gastronomia típica local e poder usufruir de uma paisagem natural marítima Atlântica a uma temperatura do Litoral do Sul da Europa. Os caminhos e os percursos de acesso ainda se encontram em areia e criam uma composição que conjuga de forma perfeita entre a topografia e época das construções, o que dá um cunho único ao Lugar. Se estivermos acompanhados com alguém especial, imediatamente nos apaixonamos e nunca mais conseguimos cortar o "cordão umbilical" com este LUGAR cheio de magia e de uma beleza natural única.

2019/03/27

Este achado vai chamar atenção do mundo inteiro - casco de barco viking de 15 m, encontrado na Noruega

Até hoje só foram encontrados sete barcos antigos, da Era Viking na Europa e cada descoberta deste tipo entusiasma os noruegueses.

Um casco de um barco, dos vikings foi descoberto em um terreno ao largo do fiorde de Oslo entre túmulos da Era Viking, informou a emissora nacional NRK.
O barco foi encontrado no condado de Vestfold, ao sul de Horten, que é conhecido por seus muitos montes tumulares do início da Idade do Ferro.
"É a história genuína da Noruega e não estamos exagerando", disse Elvsestuen. "O achado irá chamar atenção em todo mundo", afirmou .
"Não é todos dias que encontramos cascos de barcos vikings, por isso estamos muito entusiasmados''. "Para nós não é grande surpresa, muitos tesouros dos tempos dos vikings estão escondidos por baixo da turfa no nosso país'', sublinhou Hogsnes.

Os restos do barco foram encontrados com a ajuda de um radar de penetração no solo.
Terje Gansum, o responsável pelo patrimônio cultural do país, explicou que o radar revelou imagens que têm a "forma de barco'' e acredita-se que a embarcação tenha pelo menos 15 metros de comprimento. Porém, ainda não se sabe concretamente em que estado o barco está conservado. Os restos da embarcação foram encontrados há quase dois anos, mas foi necessário efetuar análises para poder confirmar que realmente se tratava de mais um barco viking.
O local exato onde o barco dos vikings foi descoberto. Fotografia tirada esta manhã pela Drª. Petra Schneidhofer.

Vestfold é um lugar que tem elevada concentração de patrimônio da Era dos Vikings. Os barcos mais bem preservados foram encontrados aqui, incluindo os mais famosos Oseberg e Gokstad, que estão exibidos no Museu dos Barcos Vikings de Oslo.
Porém, só um dos locais, conhecido como Skipshaugen ("Túmulo de Barcos'') foi cuidadosamente escavado. As escavações foram feitas ainda no século 19. Foram encontrados objetos muito valiosos e itens supostamente pertencentes à aristocracia dos vikings. Muitos achados são exibidos no Centro Viking de Midgard.


Outro barco antigo foi descoberto do outro lado do fiorde de Oslo, no outono do ano passado, mas as escavações ainda estão para começar.
No total, na Europa foram encontrados até agora somente 7 túmulos de barcos da Era Viking dos anos 800-1050, três deles na região de Vestfold. Contando com as duas descobertas mais recentes, o número de barcos encontrados sobe para nove.

2019/03/20

Lugar das Pedrinhas abraça o projeto de Weyes Blood



Parabéns Weyes Blood
AJUDE-NOS
Para salvar Pedrinhas, em Esposende, Portugal que o governo português quer demolir. Este lugar milenário fantástico, com barcos de pedras VIKINGS
Estado Português construiu GROYNES e agora o mar vai inundar este lugar fantástico.

2019/03/15

Morreu Sérgio do Fôjo, “músico, poeta irreverente e trovador” de Fão - Figura mítica de Esposende



Quero ser livre, já que o meu espírito é selvagem”. Alberto Sérgio Cardoso de Sousa (17 de maio de 1948) morreu aos 70 anos, segundo informação publicada, esta quinta-feira de manhã, na página do Fôjo, taberna típica em Esposende, explorada, desde 1974 – e durante mais de 40 anos – por aquela figura mítica de Fão.

Sérgio do Fôjo, “músico, poeta irreverente e trovador”, como era apresentado numa entrevista publicada, em 2016, no Jornal de Notícias de Esposende (acessível através desta ligação) era conhecido pela sua paixão e criatividade.


Dedicou a vida àquele popular espaço, próximo da ponte de Fão, que começou por ser um bar de pescadores e que acabou por tornar um espaço mítico na região – acabando por receber ordem de demolição da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), em 2015.

"Vou-me diluíndo
De um corpo para um vulto,
Entre um e outro suspiro, fingindo,
Num compasso indulto,
Na noite fangueira!
Vou largando a amarra,
Do rebordo de uma pedra,
Ao som da corrente passageira,
O Cávado se medra,
A vida se atenua quase inteira...
Mergulho no imenso dos teus olhos
E imprimo o passo em teus becos e cangostas!
Ó FÃO, adorno- te de páginas tíngidas e rendados folhos,
De sussurros e ecos sem respostas!
Quase a nú e no abismo do silêncio,
Onde o ruído tem mais volts que a força do teu mar,
As palavras são tão poucas e sem essência
Para num soneto ou num verbo teu nome glorificar!
No chafariz da minha vida,
A bica da Fonte do Bom Jesus
Enxagou sempre lágrimas de uma ou outra ferida,
Como o Senhor dos Passos,também carrego a minha cruz!
Só o bravio do teu pinheiro manso
Se vergava numa vénia de importância,
Quando o vento não dava descanso
À tua beleza e à tua fragância!
Só no seio da minha mãe querida,
E no leito do aconchego de seu abraço,
Senti outro tão grande amôr sem medida,
Ó FÃO que te embalo e de mim és um pedaço!
Já não sou espelho
Mas sombra de mim!
Também não sou um velho,
Meu espírito viaja sem fim!
Sou,por enquanto,um traço
Que se esvai na noite cerrada.
Cansado mas ainda a passo
Canto o fado ao toque das cordas da minha guitarra!
E junto à Ponte,no antigo Estaleiro ,
Arrasto-me na ilusão,
De viver a fundo o tempo inteiro
E de te amar eternamente FÃO!
Sérgio do Fôjo
Mónica Cardoso Cardoso
Betânia Cardoso"

15/12/2017
"Sérgio e Fão"
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Deixem-nos viver e ajudem-nos a proteger o Lugar-das-Pedrinhas & Cedovém


"A falsa sensação de liberdade alimentada pela sociedade que o escritor Étienne de La Boétie já havia nos alertado no século XVI, explicando que o princípio supremo dos novos tempos era que as pessoas tinham a “liberdade” de fazer o que eles devem. Pouco mudou nos últimos séculos."

 "Deixem-nos viver e ajudem-nos a proteger o Lugar das Pedrinhas & Cedovém"

2019/03/12

Um dos vencedores do Prédio do ano 2019 - Podia ser em Cedovém, mas os Estado Português não deixa...

Este tipo de Arquitectura e este tipo de estar neste mundo, em nada tem a haver com as politicas dos governantes portugueses.



UCCA Dune Art Museum /OPEN Architectur foi um dos grandes vencedores mundiais do prémio "Prédio do Ano 2019"

Arquitectura aberta constrói galeria de arte em forma de caverna dentro de uma duna de areia

Uma rede de galerias de concreto subterrâneo   forma o Museu de Arte de Dunas da UCCA, que a Arquitetura Aberta de Pequim  concluiu em Qinhuangdao , China.
O prédio, que levou três anos para ser concluído, é esculpido em uma duna em uma praia na cidade costeira do nordeste da China .
Aerial View. Image © Qingshan Wu

Seu projeto experimental é emblemático do clima atual do país, segundo o co-fundador da Open Architecture, Li Hu.
"Eu sinto que este país inteiro está aberto à experiência", disse Li Hu, a Dezeen. "Muitas coisas estão mudar e a vida mudou muito rápido e ainda vivemos nas cidades que herdamos."
"A arquitectura, o próprio conceito de arquitectura, a cidade, tudo está a mudar".
"Agora, uma das vantagens que temos na China é que temos a chance de construir uma nova arquitectura - começar do zero".
Aerial View. Image © Qingshan Wu
Dez galerias e um café estão interligados sob a areia. Os espaços intersectados, de forma orgânica, ecoam os das cavernas, a primeira forma de refúgio humano e uma forma que inspirou a narrativa por trás do museu.
"As paredes das antigas cavernas foram onde a arte apareceu expressa pela primeira vez", explicou Li Hu.
Aerial View. Image © Qingshan Wu

Trabalhadores locais de Qinhangdao usaram tiras de madeira para modelar a concha de betão. 
Os arquitetos optaram por deixar a textura irregular da cofragem, para que estes traços da construção manual possam ser lidos através das paredes.
As aberturas em todo o edifício enquadram diferentes vistas do mar e do céu, que podem ser vistas mudando ao longo do dia e permitem a entrada de luz natural nos espaços do museu.
Aerial View. Image © Qingshan Wu

Arquitetura aberta projetou o UCCA Dune Art Museum com o desejo de salvar a ecologia natural do local.
O delicado ecossistema da duna levou milhares de anos para se formar, mas o cliente tinha planeado destruí-lo para liberar espaço para o museu. Graças à presença do museu, a paisagem será preservada.

"Se não construíssemos um museu dentro da duna, a duna teria desaparecido hoje. Exterminada como em qualquer outro lugar, porquê ter uma duna a bloquear a vista?disse Li Hu.
"Se houver um museu integrado, a duna será salva".

A sustentabilidade também foi fundamental para o projeto do museu.
O edifício possui um telhado coberto de areia que ajuda a manter o interior fresco no verão. Há também um sistema de bomba de calor de baixa energia, com emissões zero de terra, em vez de ar condicionado.


No mesmo local que o UCCA Dune Art Museum, a Open Architecture planeava construir uma galeria de arte a uma curta distância do mar, voltada para a água. Esta galeria também servirá como um espaço para residências e fornecerá ao artista visitante uma pequena casa-estúdio que só é acessível de barco ou na maré baixa.
O museu é operado pela UCCA, uma das principais instituições de arte independentes da China. A exposição inaugural, After Nature, aberta ao público em outubro de 2018.
A Arquitetura Aberta foi fundada por Li Hu e Huang Wenjing em Nova York. O escritório de Pequim foi estabelecido em 2008.
O estúdio concentra-se no poder da arquitectura para transformar a maneira como as pessoas vivem, e visa encontrar um novo equilíbrio entre o homem e a natureza.
A prática recentemente  lançou seu Mars Case como parte da exposição China House Vision no Estádio Ninho de Pássaro em Pequim. O protótipo imagina que os seres humanos podem ser forçados a se estabelecer em Marte, onde eles não podem confiar em recursos naturais e devem viver em uma cápsula independente que pode reciclar constantemente ar, água e energia.
A fotografia é de Wu Qingshan .
Créditos do projeto:
Arquitetos: 

Diretores de Arquitetura Aberta responsáveis: Li Hu, Huang Wenjing 

Equipe do projeto: Zhou Tingting (Arquiteto de Projetos), Wang Mengmeng, Hu Boji, Fang Kuanyin, Joshua Parker, Lu Di, Lin Bihong, Ye Qing, Steven Shi, Jia Han 
Local instituto de design: CABR Technology 
Design de iluminação: X Studio, Escola de Arquitetura, Universidade de Tsinghua, China + Arquitetura Aberta

Blogue das Pedrinhas & Cedovem com Dezeen


2019/03/02

Benjamim Pereira: Não haverá demolições de um dia para o outro

Presidente da Câmara Municipal de Esposende, BENJAMIM PEREIRA, promete inaugurações de obras até ao Verão. Em contraciclo eleitoral, sugere em entrevista ao Correio do Minho e Rádio Antena Minho, na qual revela o arranque da construção do grande interceptor da cidade de Esposende e o avanço de projectos do Parque da Cidade e a nova ponte pedonal sobre o Cávado. A nova ponte pedonal e ciclável sobre o rio Neiva tem abertura oficial para muito breve. As anunciadas demolições de construções nas praia de Cedovém e Pedrinhas serão acompanhadas de um plano de requalificação da zona.

BENJAMIN PEREIRA



P - Tem estado em cima da mesa o Plano de Ordenamento da Orla Costeira de Caminha-Espinho (POOC), sendo Esposende um dos concelhos mais em foco. Qual é o ponto de situação e o que é que as populações de Pedrinhas e Cedovém podem esperar depois de encerrado o período de consulta pública?
R - Não há dúvida nenhuma que o POOC? é necessário para a gestão e ordenamento do território. Noventa por cento das soluções estão correctas. Depois temos os problemas crónicos das ocupações ilegais e do confronto do edificado com a erosão costeira e o avanço do mar. Nós tivemos uma intervenção emblemática em termos nacionais em S. Bartolomeu do Mar com a demolição de 27 habitações e a construção de uma estrutura aderente que permitiu estabilizar a linha de costa, sem oposição das populações.

P - Esse exemplo não convenceu os proprietários dos restaurantes de Apúlia?
R - S. Bartolomeu do Mar não tem uma actividade económica tão forte como Cedovém e Pedrinhas. Aqui colocam-se outros desafios. O aglomerado de Cedovém é de génese ilegal, o que nos transporta para outra realidade. Estamos a falar de construções numa zona de risco sem uma génese legal. O POOC está acompanhado de um programa que pode financiar a demolição e deslocalização com reconstrução daquelas construções.? Os restaurantes devem manter-se naquele local.

P - Simplificando, estamos a falar de passar os restaurantes para o lado de lá da rua?
R - Em última análise pode acontecer isso. Terá de haver o envolvimento da comunidade. Nada será feito com demolições de um dia para o outro. Posso dizer que temos uma candidatura para desenvolver um projecto naquela zona. Sempre entendi uma intervenção de demolições e de requalificação daquela zona, o que passa pela relocalização dos restaurantes e a manutenção de uma ou outra edificação com valor arquitectónico. Temos uma comunidade piscatória que devemos salvaguardar. Se acabasse a pesca naquela zona, acabava-se o interesse pela restauração. Os armazéns e os aprestos de pesca, a rampa e a localização das embarcações em terra, tudo isso tem de ser mantido e melhorado. Há um fenómeno que tem também de ser atacado, que são as pessoas que vivem naquele local, uma dezena de famílias ou nem tanto, que terão de ser realojadas. É um plano para ser desenvolvido ao longo de anos com o apoio da tutela. Neste momento há uma verba que rondará entre os 10 e os 15 milhões de euros. O que gostaria de deixar como mensagem é que as pessoas não devem estar preocupadas no imediato.

P - No caso da actividade empresarial da restauração, não haverá uma interrupção abrupta?
R - De todo. Terá de se passar pela construção de novos equipamentos.

P - Com custos para os empresários?
R - Neste momento não posso responder a isso. Vai depender dos direitos de cada um. Terá de se analisar caso a caso. Já recebi um a um todos os proprietários de restaurantes e expliquei-lhes o que estava em causa. Apesar de haver um incintamento permanente a uma rebelião, isso não se tem conseguido. Os proprietários sabem que podem confiar no presidente da Câmara Municipal.

P - É um processo de mudança que está previsto no tempo? Não estamos dependente de causas naturais? A erosão costeira pode aumentar mais ou menos...
R - Eu diria que não estamos perante uma situação de risco iminente, mas que deve ser resolvida. Ninguém vai fazer nada sem o envolvimento da comunidade.

P - As torres de Ofir não estão na mesma linha de costa?
R - Há uma diferença fundamental: enquanto a quase totalidade das construções de Cedovém foram erguidas de forma ilegal, as torres de Ofir foram construídas, no início da década de 70, de forma legal, com projectos aprovados em função do que eram os instrumentos de planeamento à data. Hoje seria impossível. As torres têm 196 fracções. Estaremos a falar em qualquer coisa com 35 a 40 milhões de euros. Adicionem-se os custos de demolição e estaremos a falar de 45 milhões de euros. O País tem dinheiro para estas coisas? Se me derem 45 milhões de euros, eu mantenho a linha de costa e não haverá problema algum com as torres de Ofir. As torres deviam lá estar? Não. Mas há aqui uma questão de gestão de dinheiros públicos. Eu sou contra a demolição das torres de Ofir, porque o país não tem recursos para se dar a esses luxos. Mas deixem-me dizer que demolir as torres de Ofir em nada iria suster o avanço do mar. Se as demolisse, teria de estabelecer um limite de segurança, porque a cem metros existe um conjunto de outras moradias e edifícios.

P - Esposende é um concelho virado para o mar, mas tem investido muito na promoção de actividades direccionadas para o rio Cávado e para uma rede de ciclovias.
R - Um dos aspectos primordias para a qualidade de vida em Esposende é o convívio com a natureza. O investimento nas ciclovias tem sido uma aposta muito grande da Câmara de Esposende, até porque entendemos que é um produto turístico importantíssimo que nós ainda não começámos a divulgar. A pior coisa que se pode fazer é chamar alguém para usufruir de algo que ainda não tem qualidade plena.

P - Nesse circuito ciclável, estará para breve a abertura de uma nova ponte pedonal e ciclável sobre o rio Neiva?
R - A ecovia do litoral estende-se da praia da Ramalha, a sul do concelho de Esposende, até Vilar de Mouros, no concelho de Caminha, passando pelo de Viana do Castelo. Fomos dos primeiros a investir nessa ecovia e posso dizer que investimos no troço que liga Fão a Apúlia, que está praticamente concluído. Temos também o projecto da nova ponte sobre o rio Cávado, que está entregue na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional para recolha de pareceres. Temos dois novos troços da ecovia do litoral entre Cepães e Rio de Moinhos. Temos uma candidatura para unir Rio de Moinhos a S. Paio de Antas, sendo que aqui já temos concluída um troço e uma nova ponte que é uma peça lindíssima molda-da ‘in situ’.

P - Estima que a ecovia do litoral possa estar concluída quando?
R - Os troços em execução dentro de um mês, mês e meio. A nova ponte sobre o rio Cávado é uma estrutura complexa com um custo entre os três e os quatro milhões de euros. Não é uma obra barata. Estaremos à espera de uma oportunidade de financiamento. Estamos a falar em unir os núcleos urbanos de Apúlia e Fão à cidade de Esposende, que estiveram sempre dependentes do estrangulamento da actual ponte.

P - A nova ligação vai ficar integrada no Parque da Cidade?
R- O projecto da ponte foi para a Comissão de Coordenação junto com o do Parque da Cidade. São vinte e tal hectares de terreno à margem do rio apenas com renaturalização e pouca construção.

P -É um projecto que já tem alguns anos...
R - Sim, foi falado há alguns anos.? Chegou a haver um concurso público internacional, mas nunca se passou disso. Nós contratámos um projecto de execução que está a colher pareceres. Um dos problemas do Parque da Cidade passa pela negociação de terrenos privados, uma questão crónica em Esposende. 

P- Não será um projecto muito dispendioso?
R - Se se pensar fazê-lo no imediato, não é viável. A ideia é dividi-lo em fases. Estamos a apontar para dez hectares numa primeira fase. Vamos ter ali um nó de intercessão da ecovia do Litoral com a ecovia do Cávado, uma nova centralidade fundamental. Já tínhamos feito a ecovia na marginal de Fão, fizemos depois o troço até Fonte Boa e a semana passada recebemos o projecto de execução para um novo troço até ao concelho de Barcelos, que vai concluir esta ecovia no concelho de Esposende. 

P - Anunciou recentemente a melhoria dos acessos ao Monte de Faro, um dos miradouros que Esposende tem sobre o litoral e a foz do Cávado. É uma obra para iniciar brevemente?
R - Não é para iniciar brevemente. Estará finalizada até final do mandato. Esposende tem a particularidade da arriba fóssil a uma cota de 200 metros em relação ao oceano com vários locais, como o Castro de S. Lourenço, a Senhora da Paz, a Senhora da Guia e o Monte de Faro, que nos permitem criar um circuito por esses miradouros. Para além de uma vista extraordinária sobre o oceano, o circuito permitirá a convivência com um conjunto de treze percursos pedestres já devidamente assinalados, incluindo uma valência cultural como é o Castro de S. Lourenço.

P - Existe aí um centro interpretativo com muito espólio arqueológico, nomeadamente os achados do naufrágio de Belinho, em estudo e ainda pouco visíveis ao cidadão comum. O que é a Câmara de Esposende tem pensado para mostrar essa realidade?
R - Isso faz-nos entroncar noutros projectos extraordinários que temos para a Estação Rádio Naval e o Forte de S. João Baptista. Mas respondendo directamente à pergunta, digo que o espólio de Belinho é riquíssimo do ponto de vista arqueológico, mas o seu tratamento prende-se com a criação de um espaço de divulgação científica e arqueológica no Forte de S. João Baptista. Fizemos um grande esforço para que esse património classificado passasse para as mãos do Município.

P - A população vai exigir que lhe dê um uso.
R - Não precisa de exigir. Eu sou o mais interessado, mas é preciso dizer que se trata de um imóvel classificado. Estamos a fazer a limpeza e a preparar um projecto que obedece a um programa prévio em função das que venham a ser as limitações das entidades que tutelam o edifício. O Forte foi concessionado por 50 anos, não é propriedade do Município.

P -É um projecto para este mandato autárquico?
R - O início tem de ser. Tudo a seu tempo: primeiro o programa, depois o projecto e mais tarde a procura de financiamento.

P - E o projecto para a Estação Rádio Naval da Apúlia?
R - Temos um protocolo com a Universidade do Minho, prévio à aquisição desse espaço, que se prende com a criação de um Instituto Multidisciplinar de Ciência e Tecnologia Marinhas, transportando para Apúlia algumas valências que estão no Avepark.

P - Através do I3Bs - Instituto de Investigação em Biomateriais, Biodegradáveis e Biomiméticos...
R - Sim. Tem a ver com a regeneração tecidos humanos a partir de produtos marinhos.

P - Aqui a questão do financiamento também é complicada? Há um financiamento partilhado com o I3Bs?
R - Nós tínhamos uma responsabilidade prévia, que era adquirir o espaço. Acreditem que foi um processo muito difícil e pagámos quase um milhão por aquele imóvel que estava numa situação vergonhosa de abandono por parte da tutela. Estamos neste momento numa fase de desenvolvimento do programa e do projecto com a Universidade do Minho. Como é que vamos pedir para uma coisa que só existe no papel? Temos de facilitar a vida a quem tem o poder de decidir e isso passar por um projecto credível. Não tenho nenhuma dúvida de que o nosso parceiro é o melhor que poderíamos ter. A Universidade do Minho está interessada nesta ligação ao mar. 

P - O I3Bs tem-se notabilizado na captação de investimentos muito avultados. É um parceiro que pode ajudar a alavancar este projecto?
R -?Claro. O Município é parceiro mas não quer interferir com o desenvolvimento deste projecto. A presença da Universidade do Minho com um projecto do nível do que se está a apresentar e com a pessoa que o está a gerir, Rui Reis, é uma enorme mais-valia para o concelho de Esposende. Comprámos um espaço de cerca de 36 mil m2.

P - Há um cronograma para o desenvolvimento desse projecto?
R -?Não temos datas. O que está a ser desenvolvido neste momento é o programa para saber que áreas que precisamos para se fazer o projecto. Para o financiamento acreditamos muito na saúde financeira do Município de Esposende, mas acreditamos ainda mais no valor do projecto que terá de ser reconhecido pela tutela. A Universidade do Minho e Rui Reis em particular têm conseguido financiamentos muito relevantes. Acreditamos que isso possa vir a acontecer. Estamos a lançar uma semente. Foi sempre um objectivo meu a presença do ensino superior no concelho de Esposende.

P -?Revelou recentemente que está para breve a instalação de um pólo do Instituto Politécnico do Cávado e Ave (IPCA). O que pretendem fazer de diferenciador em relação à actividade actual do IPCA?
R - Já comprámos o terreno e estamos a desenvolver o projecto de execução. Temos um prazo muito apertado.

P -?Que é?
R - O final deste ano. 

P - Para actividades lectivas?
R -?Para uma ‘Summer School’ e para os cursos técnicos superiores profissionais muito ligados ao turismo e à gastronomia. Já há uma candidatura aprovada pelo IPCA?para equipar esse edifício. Não vamos desperdiçar um milhão e tal de euros de fundos comunitários. É uma corrida contra o tempo.

P - No núcleo urbano de Apúlia há problemas urbanísticos por resolver, dois ‘esqueletos’com grande impacto visual negativo.
R -?Estão em resolução. Perante a inércia dos privados adquirimos um edifício inacabado para o entregar à iniciativa privada. Um outro edifício, com valor arquitectónico, do final do século XIX, deteriorado, numa zona urbana consolidada, foi também adquirido pela Câmara por 600 mil euros. Para colocar este edifício da comunidade precisaria de 1,5 milhões de euros. De forma muito pragmática, eu não vou fazer esse investimento, porque tenho outras prioridades. Mas não vou deixar de procurar uma solução com intervenção de privados, resolvendo um problema arquitectónico e trazendo economia a Apúlia. Um investimento na área do turismo encaixaria muito bem.

P -?Lutou durante anos pelo canal interceptor que vai rodear Esposende para prevenir inundações na cidade. A obra vai arrancar proximamente?
R - Somos considerados uma zona de cheia pela Agência Portuguesa do Ambiente, o que nos permitiu apresentar uma candidatura a fundos comunitários. Trata-se de um canal que vai interceptar todas as linhas de água que chegam à cidade de Esposende. São 4,5 quilómetros de extensão. É uma obra de 5 milhões de euros. Conseguimos o visto do Tribunal de Contas a semana passada e como já dado andamento ao processo de adjudicação, estamos a fazer as vistorias prévias dos terrenos para avançar com uma obra fundamental para combater as cheias em Esposende. Não é só um projecto hidráulico, cria uma nova imagem urbana em Esposende, porque ao longo do interceptor teremos percursos pedonais.

P - Anunciou também recentemente um conjunto de obras no âmbito do Plano de Acção de Regeneração Urbana (PARU) dizendo que enquanto muitas câmaras estão a resolver a gestão da dívida, Esposende está a anunciar projectos e a fazer obras.
P - Pode parecer deselegante, mas a verdade é para dita. Nós temos uma situação exemplar em termos financeiros, porque temos tido cuidado na forma como aplicamos o dinheiro. Tenho inaugurações previstas até ao Verão de obras que não obedecem a nenhum ciclo autárquico. As eleições foram há um ano e tal.?Temos as obras do PARU, porque não tivemos acesso ao PEDU numa clara injustiça por parte do Governo. São intervenções no Largo Rodrigues Sampaio, Mercado Municipal, zona central das Marinhas, Alameda do Bom Jesus, em Fão, e o Arquivo municipal. Conseguimos cerca de 4, 5 milhões de euros. 

P - Esposende no próximo Verão vai estar em obras?
R -?Não. A partir de Setembro

P - A Câmara Municipal de Esposende não aceitou nenhumas das competências do pacote de descentralização administrativa. Porquê?
R -?Eu estou disponível para aceitá-las todas, porque o reforço do municipalismo é fundamental. Tenho algumas reservas em relação à regionalização...
P - É uma voz quase única...
R -?Não vou dizer que sou contra. Desde que não se transformem as regiões em mais um organismo intermédio que só veha complicar a relação dos municípios com a tutela.?Há um estigma sobre a relação de Lisboa com o resto do país e, de repente, pensamos que ficamos melhor se houver regiões.?Não estou a dizer que sou contra a regionalização, mas entendo que tem de haver uma clarificação para perceber que não vamos criar mais um organismo intermédio e mais lugares para políticos. Se tivermos autonomia para gerir os nossos recursos, tudo bem. Mas não parece que vá ser assim.

P - No actual processo de transferências de competências da administração central para os municípios, o Turismo não é uma área em que a questão do envelope financeiro não se coloca?
R - É uma questão de princípio. O Município não se pode ajoelhar. Nós fomos eleitos pelo povo para o representar perante o Estado central. O poder local não pode aceitar de olhos fechados e sem saber exactamente de que competências é que estamos a falar. A questão pode não ter a ver com dinheiro, mas com recursos humanos. Quem define as regras sobre os salários não é o Município, é a administração central. Eu não consigo perceber um negócio em que as duas partes se sentam e definem de que é que estamos a falar. Na educação, por exemplo, o Estado desinvestiu nos anos anteriores e temos de saber o que é preciso gastar para manter os edifícios.?Podemos falar do mesmo na área da Saúde. Estou disposto a aceitar todas as competências, desde que não me tentem enganar. Ponham à minha frente as contas direitinhas.