INTRODUÇÃO

Pedrinhas e Cedovém são dois Lugares à beira mar, situados entre Ofir e a Apúlia, no concelho de Esposende - PORTUGAL.
Localizam-se num lugar calmo em cima do areal, onde pode almoçar e jantar com uma gastronomia típica local e poder usufruir de uma paisagem natural marítima Atlântica a uma temperatura do Litoral do Sul da Europa. Os caminhos e os percursos de acesso ainda se encontram em areia e criam uma composição que conjuga de forma perfeita entre a topografia e época das construções, o que dá um cunho único ao Lugar. Se estivermos acompanhados com alguém especial, imediatamente nos apaixonamos e nunca mais conseguimos cortar o "cordão umbilical" com este LUGAR cheio de magia e de uma beleza natural única.

2015/12/06

Três séculos de lenda vêm à tona - O Galeão San José

Dez anos de vida e 307 de lenda acompanham a mítica caravela espanhola San José

O tesouro afundado mais procurado do mundo



Dez anos de vida e 307 de lenda acompanham a mítica caravela espanhola San José. Sua história é a de um dos naufrágios mais importantes do mundo, carregado de tesouros americanos, drama humano e político e repleto de fantasia. Ocorreu na metade da guerra de sucessão da coroa espanhola, ostentada por Felipe V, e se deu por culpa dessa disputa de poder europeia. O navio desceu à escuridão do mar na tarde de 8 de junho de 1708, uma sexta-feira. E foi em outra sexta-feira, 27 de novembro, que um sonar da Marinha da Colômbia detectou os destroços, notícia revelada na última sexta-feira pelo presidente do país.

Três séculos de história emergiram. A embarcação zarpou de Cartagena das Índias (Colômbia) rumo a Cádiz (Espanha) carregado com cerca de 200 toneladas de ouro, prata, pedras preciosas e diversos tesouros da América. Sua missão não era a mesma dos outros navios indo para a Espanha. Seu objetivo era crucial: dar fôlego econômico e enriquecer as arcas da coroa espanhola, aliada da França, cercada por Inglaterra, Países Baixos, Portugal e Alemanha, que consideravam que o sucessor de Carlos II deveria ser da Casa dos Habsburgo. Temiam a repetição do poder ostentado por Carlos I, da Espanha (chamado de Carlos V na Alemanha), no século XVI.

No início do século XVIII, o mar do Caribe estava coalhado de piratas e salpicado de navios ingleses que bloqueavam a rota de embarcações para a Espanha. Naquela tarde de sexta-feira de junho o almirante José Fernández de Santillán (conde de Casa Alegre), comandante do San José, deu a ordem de partida para uma flotilha de 20 navios e 600 pessoas (homens, mulheres e crianças; 400 passageiros e 200 tripulantes).

Depois de passar pelas Ilhas do Rosário e entrar num mar multicolorido, o galeão foi atacado e afundado pelo buque inglês Expedition, por ordem do comodoro Charles Wager.

Contam que para cada baú de moedas havia outros dois com pedras preciosas e que apenas o capitão Fernández e o comandante da guarnição de Cartagena conheciam o verdadeiro conteúdo

Uma esquadra britânica ataca uma frota espanhola ao largo de Cartagena, 1708. O essencial do tesouro espanhol perde-se no naufrágio do San José, destruído pela explosão do seu paiol (óleo de Samuel Scott, 1770)
O combate teve início ao entardecer. O navio era defendido por 30 canhões de 10 a 18 libras [massa das balas, de 4,5 a 8 kg], fabricados em bronze, com alças em forma de golfinho, típicos da coroa espanhola, quando, repentinamente, o tiroteio foi silenciado por uma explosão no San José. Uma coluna de fogo e fumaça subiu conforme o navio ia para o fundo do mar com seu desejado tesouro: um butim, dizem, de 5 bilhões de dólares a 10 bilhões de dólares. O tesouro tinha saído do que hoje são o Peru, o Equador e a Colômbia. Somente 11 pessoas sobreviveram.


Chegavam ao fim dez anos de vida desse galeão, construído em 1698. A carga do San José transportada a partir do Peru e do Equador fora acumulada nos seis anos da guerra de sucessão. No Panamá, parou em Portobelo, no mês de maio de 1708, depois foi para Cartagena, onde completou a ambicionada remessa.
Mas no dia 8 de junho o San José virou uma lenda. Contam que para cada baú de moedas havia outros dois com pedras preciosas e que apenas o capitão Fernández e o comandante da guarnição de Cartagena conheciam o verdadeiro conteúdo.
A história foi transmitida de geração em geração pelos caribenhos colombianos e avançou para o centro do país, subindo o rio Magdalena por seus mais de 1.500 quilômetros, que era por onde chegava a civilização. Sua história está em livros e obras de ficção. Até Gabriel García Márquez a usou, num episódio chave do romance O Amor nos Tempos do Cólera, em que as águas da realidade e da ficção se misturam.

Nos anos oitenta o San José ressuscitou quando uma empresa especializada em caçar tesouros iniciou sua busca. Depois de vários litígios, o Governo da Colômbia tomou as rédeas do projeto. Encontrou o navio e, sem dar muitos detalhes de seu conteúdo, transformou-o em segredo de Estado. “É uma das descobertas mais importantes da arqueologia submarina”, disse o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos.
foto marítima subaquática
Não se sabe ainda a condição real do galeão. Se poderá ser levado à tona ou não. Dizem que está intacto, apoiado num de seus costados. Só foram mostrados alguns canhões no leito marinho e algumas vasilhas de cerâmica. Dentro estariam o ouro, a prata e as pedras preciosas, tesouro com o qual se pretendia apoiar o trono de Felipe V.

2015/12/04

Autarquia de Esposende alerta munícipes sobre regimes especiais de regularização urbanística


ESPOSENDE – A Câmara Municipal de Esposende promoveu, no dia 2 de dezembro, no Auditório Municipal de Esposende, uma sessão de esclarecimento sobre dois regimes especiais de regularização relativos a atividades, explorações, instalações e edificações.
Em causa está um regime decorrente da publicação do Decreto Lei n.º 165/2014, que permite avaliar a possibilidade de regularização de um conjunto significativo de unidades produtivas que não dispõem de título de exploração ou de exercício válido face às condições atuais da atividade, designadamente por motivo de desconformidade com os planos de ordenamento do território vigentes ou com servidões administrativas e restrições de utilidade pública, cujo prazo termina no próximo dia 2 de janeiro. Por outro lado, está em vigor, até 23 de setembro de 2016, um regime decorrente da publicação da revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) de Esposende, que possibilita também tal procedimento de legalização.
Estes regimes enquadram a regularização de um conjunto de situações, daí a importância de informar, quer os técnicos urbanísticos quer a população em geral, das várias possibilidades que estão em causa. Dado o interesse que estas questões suscitam, a sessão de esclarecimento registou uma forte participação, tanto de munícipes, como técnicos e entidades, entre as quais a Cooperativa Agrícola a Associação Comercial e Industrial do Concelho de Esposende (ACICE).
Considerando que termina no início de janeiro o regime excecional para a legalização de edificações de empresas/indústrias, e no sentido de proporcionar que os munícipes/empresas possam resolver as situações pendentes, o Município solicitou a prorrogação do prazo ao Governo. Em ofício dirigido à Secretária de Estado do Ordenamento do Território e Conservação da Natureza, Célia Ramos, o Presidente da Câmara Municipal, Benjamim Pereira refere que “o investimento no território com vista ao seu crescimento é, para todos nós, uma prioridade fundamental, sendo necessário criar os contextos ideais que potencializem esse mesmo investimento, uma vez que dele depende o crescimento económico sustentável, a dinamização do investimento privado e o emprego”.

Aludindo ao Decreto-Lei n.º 165/2014, Benjamim Pereira refere que “é, sem dúvida, um mecanismo muito importante, que permite, em muitos casos, a reposição da legalidade, sem necessidade de deslocalização das unidades”. Atendendo ao curto prazo deste regime excecional e dado que existe um certo desconhecimento por parte das populações quanto à existência deste importante instrumento, o Autarca solicita um alargamento do prazo, pelo período de um ano, “para que todos, sem exceção, possam utilizar tão importante mecanismo que poderá possibilitar a regularização de um conjunto significativo de situações”.

PSD Esposende celebrou dois anos de mandato autárquico



Mais de meio milhar de participantes marcou presença no jantar de autarcas, militantes e simpatizantes do PSD Esposende, que serviu para comemorar os dois anos de mandato autárquico e que reuniu os eleitos do concelho. As comemorações contaram, ainda, com a presença do eurodeputado e presidente da Comissão Distrital José Manuel Fernandes, dos deputados Joel Sá e Laura Magalhães, do presidente da Câmara Municipal de Esposende, Benjamim Pereira e do ex-presidente da autarquia Alberto Figueiredo.

Luís Montenegro, líder do Grupo Parlamentar do PSD na Assembleia da República, que também marcou presença, referiu que estavam ali para comemorar duas “grandes vitórias”: as autárquicas e as legislativas de 4 de Outubro. Quanto às autárquicas foi importante o PSD “renovar a confiança, servir a comunidade e trabalhar com seriedade em espírito de solidariedade social e acreditar nas pessoas”. 

Mas a noite estava reservada para o líder parlamentar do PSD falar do momento político nacional referindo que Portugal vive um “momento invulgar, insólito, único”, acusando o líder socialista António Costa “que não tem vergonha de querer governar, perdendo as eleições, o que é extraordinário”. “Costa fez jogo para se manter como líder do PS”.
O eurodeputado e presidente da Distrital do PSD, José Manuel Fernandes, elogiou o trabalho “de proximidade” de Benjamim Pereira pelo “exemplo que dá a todos” e agradeceu aos presidentes e eleitos pelo “trabalho e solidariedade constantes” que permitiu ganhar as eleições em todas as freguesias do concelho de Esposende. E crítico com a política anunciada pelo actual governo aconselhou os presentes fazerem uma conta poupança para a troika da esquerda radical.

O presidente da Câmara de Esposende, Benjamim Pereira, agradeceu a presença dos quinhentos e cinquenta eleitos para celebrar “uma das maiores vitórias no concelho face às circunstâncias que o país vivia”, a qual se deveu “à proximidade” entre eleitos e eleitores. Mencionou as três áreas de intervenção da autarquia, a saber, uma política económica e social “activa”, um investimento diversificado e um equilíbrio e sustentabilidade financeira do Município. E deixou um recado aos opositores: “é possível investir sem destruir as contas do Município”.
Denunciou, ainda, que há municípios “que se financiam ilegalmente, pois estão a cobrar a água aos munícipes e não a estão a pagar ao fornecedor”. E rematou: “tenho o coração cheio e confiante quanto ao futuro”.

Maranhão Peixoto, líder da comissão política local falou da importância do evento enquanto “reforço da união da família social democrata”, sem objetivos “obscuros ou dúbios” e com a missão de servir “a todos sem distinção”. 
Criticou o “assalto e golpe palaciano e o arranjo de conveniência ”que os socialistas fizeram pois o exercício do poder “não pode ser feito a qualquer preço”.

2015/11/27

Ao largo de Esposende, há menos redes fantasma a pescar

Especialistas estudaram o impacto das redes perdidas no fundo do mar ao longo de 18 meses, e retiraram três toneladas de detritos da costa.


Elas pescam durante anos, e ficam séculos no mar. Deixadas para trás, involuntária ou propositadamente, pelos pescadores, em todo o mundo estima-se que haja 640 mil toneladas de redes fantasma, que continuam a matar e a alterar o ecossistema marinho. Em Esposende, o município juntou-se a vários parceiros e, no último ano e meio, desenvolveu um projecto para perceber o impacto deste fenómeno na orla marítima do concelho, toda ela integrada no Parque Natural do Litoral Norte, e conseguiu retirar cerca de três toneladas de artes de pesca inutilizadas do fundo do mar.

Em Portugal, como no mundo, as redes inutilizadas são, muitas vezes, deixadas no mar: perdidas, por causa das tempestades, enroscadas nas artes de outras embarcações, que as cortam e deitam ao mar, ou danificadas e, consequentemente, descartadas pelos seus proprietários. Recurso outrora dispendioso, e por isso melhor preservado pelos pescadores, as modernas redes de fibras sintéticas são muito mais baratas e muitas vezes estes arriscam a colocá-las em zonas da costa onde – junto a cabeços rochosos, por exemplo – se estragam mais facilmente, nota o biólogo marinho Vasco Ferreira, que coordenou o projecto Redes Fantasma.

Responsável pelo Centro de Mergulho e Ecologia Marinha do Fórum Esposendense, um dos parceiros do projecto, Vasco Ferreira mergulha há mais de duas décadas. E desde cedo se apercebeu das dificuldades de convívio de peixes, e outros seres que habitam neste ecossistema, com as redes deixadas no fundo do mar. Autor do Guia de Campo - Fauna e Flora Marinha de Portugal, o biólogo encara esta iniciativa municipal como uma forma de alertar a comunidade, e principalmente os pescadores, para os efeitos invisíveis, mas duradouros, da sua actividade.

Não é que se possa dizer que os pescadores sejam insensíveis ao problema ambiental que provocam. Em vários pontos do país há empresas que recolhem redes inutilizadas, e o negócio, segundo um dos operadores, tem crescido, dado o seu valor comercial para a produção de uma nova fibra, o Econyl. Mas nas cerca de 60 campanhas de mergulho para retirada de resíduos detectados, os dois elementos da equipa trouxeram para terra um volume de detritos que, estima Vasco Ferreira, deverão pesar cerca de três toneladas, o que é apenas uma amostra da verdadeira dimensão do problema.

Na semana passada, realizou-se em Esposende um seminário sobre o projecto, que incluiu a apresentação de uma reportagem vídeo, produção do Fórum Esposendense realizada pelo próprio Vasco Ferreira. Neste trabalho, Augusto Silva, da Associação de Pescadores Profissionais de Esposende, admite que a limpeza dos fundos favorece a actividade, ao impedir a mortandade de peixe na pesca fantasma, e assume que só não se perdem mais redes porque hoje em dias os pescadores conhecem melhor as previsões do tempo e evitam, sempre que podem, deixar artes no mar em dias de temporal.

O problema nunca é estritamente local. Os 16 quilómetros de costa de Esposende são frequentados por embarcações de vários concelhos, e os detritos da sua actividade são bem notórios junto dos muitos cabeços e nos locais onde ocorreram naufrágios e restos de chapa ou madeira estragam as redes, assinala o biólogo, que passou a conhecer este território com mais detalhe.

Os 165 mil euros de financiamento do projecto (que foi apoiado pelo PROMAR, do último Quadro Comunitário de Apoio) permitiram ao município adquirir equipamento de mergulho, um mini-ROV, um veículo operado remotamente, que permite filmar a maiores profundidades e um sonar de varrimento lateral, com o qual foi feito o varrimento dos fundos.

A identificação das zonas mais problemáticas pode ser uma ajuda para as autoridades com intervenção neste território marinho, como se percebe nos depoimentos de outros parceiros prestados para o vídeo de divulgação do projecto. 

O lixo marinho é um problema ambiental grave”, alerta Fernando Gonçalves, do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, que tutela o parque natural, secundado por Raul Risso, capitão do Porto de Viana, que fala numa “perda desmesurada” de redes por parte dos pescadores e admite dificuldades na vigilância da actividade de todas as embarcações que operam na costa.

2015/11/21

RAZÃO


RAZÃO

I
Porque suporto um sofrimento intenso?
Porque, vendo a Miséria, eu adivinho
Quanta dor há no seu viver mesquinho?
Eu sofro, porque sinto, porque penso.

Porem querendo, facilmente venço
A Dor com que a mim mesmo de definho.
E rio logo, delirando, imenso.

Mas só pela minha alma ser afeta
A delicado sentimentalismo,
A Natureza fez de mim um Poeta.

A Dor é tributo da Razão
Entregue à Natureza, penso e sismo...
E, enquanto sismo, quantos chorarão!

II
Bebo um copo de Porto, com ardor,
E logo me adormece a mágoa e invade
Meu ser uma letal felicidade
Que me tolda a razão levando a dor.

Mas há alguma coisa superior
Ao cérebro que tem a claridade,
Que esparge a luz ardente da verdade?
A uma razão pujante de Vigor?

Ela que imortaliza alguns mortais,
Me vai tornando um ser menos mesquinho,
Aperfeiçoa, eleva os meus ideais.

Por isso, a Dor há de tentar-me em vão
A acalenta-la na embriagues do vinho,
Que, embora dê prazer, tolda a Razão.

Roberto C Macedo 1909




2015/11/18

Demolições na Praia de Faro continuam apesar da oposição do presidente de Câmara

O autarca receia que, se for o PS a formar Governo, as demolições parem definitivamente, o que prejudicará os proprietários das casas entretanto demolidas.


As demolições de casas na Ria Formosa vão continuar nas próximas semanas contra a posição do presidente da Câmara de Faro, que propôs a suspensão da medida enquanto não estiver formado um novo Governo.

Não há razão nenhuma para se fazer, nas próximas duas ou três semanas, essas demolições, acho que se deve esperar” pela formação do novo Governo, disse o social-democrata Rogério Bacalhau à Lusa.

O autarca receia que, se for o PS a formar Governo, as demolições parem definitivamente, o que prejudicará os proprietários das casas entretanto demolidas.

A muito curto prazo, a medida vai atingir oito casas da Praia de Faro cujos proprietários tinham pedido uma providência cautelar, mas que o Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé decidiu que a sociedade Polis Litoral Ria Formosa podia tomar posse das mesmas e proceder à sua demolição.

Rogério Bacalhau explicou ter feito uma proposta, em sede de conselho de administração da Sociedade Polis, para suspender provisoriamente as demolições, mas que a maioria dos representantes do Governo votou contra, numa reunião realizada na segunda-feira ao fim do dia.

Segundo o autarca, desde o início do corrente ano já foram demolidas quase uma centena de casas na península do Ancão, onde se situa a Praia de Faro.

As demolições de casas na Ria Formosa têm sido contrariadas pelos proprietários dessas habitações, nomeadamente com a apresentação nos tribunais de providências cautelares motivadas por receios de desequilíbrio ambiental.

Vários núcleos habitacionais das ilhas barreira da Ria Formosa, situada entre os concelhos de Vila Real de Santo António e Loulé, como Farol, Culatra ou Hangares, já foram alvo de demolições de habitações ordenadas pelo Ministério do Ambiente no âmbito de um projeto de renaturalização conduzido pela Polis, dentro da reserva natural.

O processo, que estava previsto incidir apenas sobre segundas habitações, causou polémica e protestos dos moradores, críticos das autoridades por, segundo eles, estarem a demolir primeiras residências e deixarem famílias desalojadas.

A contestação em tribunais levou a Justiça a suspender as demolições, enquanto são decididos os processos pendentes relativos a providências cautelares.

A sociedade Polis deverá ser extinta no final do corrente ano, mas já há uma proposta, que será discutida em assembleia geral, para prolongar o seu mandato por mais um ano.

Os acionistas da Polis Litoral Ria Formosa são o Estado e, em minoria, as Câmaras Municipais de Faro, Olhão, Tavira e Loulé.

2015/10/17

Desafios do Mar Português

ÍLHAVO – A IV edição do seminário Desafios do Mar Português tem como tema “Portos, Paisagens Portuárias e Economia do Mar”. O programa divide-se em duas partes: a primeira relativa a questões de âmbito patrimonial e memorial; a segunda foca-se em aspetos da atualidade estratégica e económica das áreas portuárias. Tendo em conta, esta estrutura, o Museu Marítimo de Ílhavo convidou para as sessões de abertura e encerramento duas personalidades de renome nos campos da museologia marítima e da economia do mar.
Frits Loojmeir é historiador, atualmente Diretor do Museu Marítimo de Roterdão, e foi, até 2013, Presidente do International Committee of Maritime Museums. A sua comunicação terá como tema: About the Relevance of a Maritime Museum: the Rotterdam case.
António Costa Silva, Professor no Instituto Superior Técnico de Lisboa com agregação em Planeamento e Gestão Integrada de Recursos Energéticos, é o atual Presidente da Comissão Executiva do Grupo PARTEX OIL AND GAS, petrolífera da Fundação Calouste Gulbenkian. A PARTEX está envolvida, nos vários continentes, em projetos de exploração e produção de petróleo e gás. A sua comunicação terá como tema: A Geopolítica dos Portos e a Economia do Mar.



O conceito de Seminário Desafios do Mar Português, criado pelo CIEMar-Ílhavo em 2012, tem já lugar bem marcado na agenda nacional de debates sobre a relação de Portugal com o Mar. Numa altura em que se discute a redefinição do “mar português”, numa perspetiva essencialmente económica e geopolítica, continuamos a promover momentos de reflexão e discussão em torno de temas de cultura marítima. Trata-se de temas que pela sua atualidade e centralidade no debate público e pela sua importância histórico-cultural, mostram-se socialmente relevantes para a promoção de uma educação informal e contribuem para a construção cívica de uma cultura marítima.
A IV edição do seminário Desafios do Mar Português será dedicada ao tema “Portos, Paisagens Portuárias e Economia do Mar”. O Seminário contará com a parceria do Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço e Memória» (CITCEM) da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e da APA - Administração do Porto de Aveiro, S.A., cujo arquivo histórico em depósito no CIEMar-Ílhavo.
Os portos são elementos de ligação ao mar. Lugares de partida e de chegada, de gentes do mar e de transmissão de culturas. A proximidade de um porto sempre foi motivo de progresso, sendo a sua evolução histórico-social elucidativa do meio envolvente. Mais locais ou mais nacionais, os portos de hoje são elos estratégicos de ligação de vários sectores e agentes privilegiados do desenvolvimento


Programa

09h30 Sessão de abertura
Fernando Fidalgo Caçoilo (Presidente da Câmara Municipal de Ílhavo)
09h50 Lançamento do n.º 3 da “ARGOS - Revista do Museu Marítimo de Ílhavo” [ver mais]
10h00 Conferência de Abertura [ver mais]
About the Relevance of a Maritime Museum: the Rotterdam case
Frits Loojmeir (Director of Roterdam Maritime Museum)

10h30 PAINEL I - Conhecimento e Cultura
Os portos e espaços portuários da Época Romana à Idade Média
Vasco Mantas (Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra)

Os portos do litoral norte português: O caso de Leixões
Joel Cleto (Porto Canal/ISAG Porto)

pausa para café
O porto de St. John´s – Terra Nova: uma evocação históricaJean Pierre Andrieux
Espaços portuários na evolução da paisagem urbana: O Porto como caso de estudo
Helena Teixeira (CITCEM - Faculdade de Letras da Universidade do Porto)

Documentário Fundeadouro Romano em Olisipo (55 min.) [ver mais]



Raul Losada (Time Land Films)

debate
pausa para almoço
14h30 PAINEL II - Realidades e Oportunidades
Os portos na economia do mar
Miguel Marques (PricewaterhouseCoopers)

Os Portos na ação do Fórum Oceano
Rui Azevedo (Associação Fórum Oceano)

A APDL e o Sector dos Cruzeiros
Emílio Brogueira Dias (APDL – Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo, S.A.)

debate
pausa para café
16h00 PAINEL III - Organização e Estratégia
A Gestão Portuária e a formação especializada do ISCIA
Eduardo Martins (ISCIA)

O Porto de Aveiro no contexto regional e nacional
Pedro Braga da Cruz (APA - Administração do Porto de Aveiro, S.A.)

debate
16h45 Conferência de Encerramento [ver mais]
A Geopolítica dos Portos e a Economia do Mar
António Costa Silva (Partex Oil and Gas)

encerramento
INSCRIÇÕES | ciemar.mmi@cm-ilhavo.pt com os seguintes dados: nome, profissão, instituição e contactos.
Inscrições abertas até 19 de outubro de 2015


Com o apoio do Blogue Pedrinhas & Cedovem

2015/10/06

Jovem turca salva de afogamento nas Pedrinhas por professor e amigos


Os Bombeiros Voluntários de Fão (BVF) foram chamados a socorrer na praia das Pedrinhas em Apúlia uma jovem em pré-afogamento esta terça-feira ao final da manhã. Os bombeiros fizeram deslocar, pelas 11:36 horas, uma ambulância à Praia das Pedrinhas, na freguesia de Apúlia, concelho de Esposende.

A jovem, com cerca 20 anos, e originária da Turquia, estava com mais três colegas a banhar-se quando uma onda mais forte a atirou contra as rochas. O embate provocou alguns ferimentos que a impossibilitaram a jovem de sair pelos seus próprios meios da água, tendo sido a rápida intervenção do professor e colegas crucial para evitar uma tragédia maior.


Depois de receber assistência no local pelos BVF, a vítima foi transportada ao Hospital Braga.

A jovem, e ao que foi possível apurar, pertence a um grupo de estudantes oriundos da Turquia que estão alojados no Centro João Paulo II em Apúlia. Estiveram no local, para além dos Bombeiros Voluntários de Fão, a GNR de Esposende que tomou conta da ocorrência.

2015/10/03

Garantidas intervenções no molhe da barra e na zona sul da Praia de Ofir

ESPOSENDE – Conforme tinha sido anunciado pelo Secretário de Estado do Ambiente, Paulo Lemos, aquando da visita à intervenção na Restinga de Ofir, no passado dia 31 de agosto,...


ESPOSENDE – Conforme tinha sido anunciado pelo Secretário de Estado do Ambiente, Paulo Lemos, aquando da visita à intervenção na Restinga de Ofir, no passado dia 31 de agosto, a obra de reconstrução do molhe da barra de Esposende vai mesmo avançar, perspetivando-se que possa arrancar no primeiro trimestre de 2016.

A confirmação resulta da publicação, hoje, do Aviso do POSEUR (Programa Operacional para a Sustentabilidade e Uso Eficiente de Recursos) para a execução de um conjunto de intervenções no litoral, num montante global de 25 milhões de euros, entre as quais se incluem as obras de reconstrução do molhe norte da barra de Esposende e de reforço do sistema dunar e proteção da linha de costa a sul da Praia de Ofir.

No conjunto, estas intervenções no litoral do concelho rondarão 1,5 milhões de euros, revestindo-se de relevante importância, sendo que, no caso do molhe, se trata, sobretudo, de garantir condições de segurança à navegação, uma vez que a estrutura se apresenta bastante degradada, não cumprindo devidamente o objetivo para o qual foi concebida. O projeto desta intervenção foi já executado, no âmbito do programa Polis Litoral Norte, pelo que logo que a obra seja adjudicada os trabalhos poderão iniciar-se mais rapidamente.

Relativamente à intervenção na zona sul da Praia de Ofir, e tal como tinha sido referido pelo Secretário de Estado do Ambiente, a obra passará pela criação de uma duna artificial, através da instalação de cilindros geossíntéticos, tal como está a ser feito na Restinga, garantindo, assim, a defesa da costa.

Satisfeito por ver atendidas estas novas reivindicações apresentadas pelo Município à Administração Central, o Presidente da Câmara Municipal de Esposende refere que “são excelentes notícias para Esposende”, salientando que “uma vez mais, o Governo, no caso o Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, foi sensível aos nossos argumentos e percebeu a necessidade de executar estas duas intervenções, no sentido de garantir a segurança não só dos pescadores, mas da população do concelho, em geral”. Benjamim Pereira realça que se trata de “duas intervenções da maior importância que, a somar a todas as outras, já concluídas ou em curso, contribuem para reforçar a segurança da nossa costa e para a valorização do nosso território”.

2015/10/02

SUMAKids em Esposende uma parceria do Centro de Educação Ambiental e da empresa SUMA

ESPOSENDE – Já se encontra disponível na página eletrónica da Empresa Municipal Esposende Ambiente e no Blogue do Centro de Educação Ambiental o acesso à plataforma interativa SUMAKids, um...


ESPOSENDE – Já se encontra disponível na página eletrónica da Empresa Municipal Esposende Ambiente e no Blogue do Centro de Educação Ambiental o acesso à plataforma interativa SUMAKids, um espaço online de disponibilização de conteúdos de educação ambiental, desenvolvido pela empresa SUMA – Serviços Urbanos e Meio Ambiente, S.A., entidade prestadora de serviços à Câmara Municipal, no âmbito da recolha e transporte de resíduos indiferenciados a destino final.
Concebida para democratizar o acesso a atividades de sensibilização, a plataforma interativa SUMAKids pode ser utilizada pelos mais novos, pelos professores, encarregados de educação, munícipes e por todos os que tenham interesse nas temáticas abordadas, uma vez que irá permitir o acesso a conteúdos desenvolvidos pela SUMA nesta área, desde animações, a visualização de vídeos, a histórias e a materiais para descarregar e desenvolver atividades, tais como jogos de sequências e correspondência, fichas de pintura e de artes manuais, entre outros.
Os materiais disponibilizados abordam várias temáticas relacionadas com a educação para o ambiente e para a cidadania, desde o acondicionamento e deposição de pequenos lixos (dejetos caninos e outros, em zonas pedonais e vias rodoviárias), à redução da produção de resíduos e sua valorização – como sejam a reciclagem de embalagens, de resíduos orgânicos e dos óleos alimentares usados -, para além de focaram os produtos resultantes da reciclagem de materiais. Paralelamente, são ainda abordados conteúdos transversais, tais como a prevenção rodoviária, saúde básica e alimentar, e segurança em espaços públicos e privados.
Para além deste projeto, durante o ano letivo que agora se inicia serão desenvolvidas outras iniciativas com o apoio da SUMA,com destaque para a Semana Europeia de Prevenção dos Resíduos.

2015/09/27

Após 33 anos, Super Lua e Eclipse Total da Lua acontecem em simultâneo

Na madrugada de 28 de setembro teremos um dos mais extraordinários e mais aguardados acontecimentos astronómicos do ano: a ocorrência de Super Lua em simultâneo com um Eclipse Total do astro.
Este fenómeno aconteceu apenas 5 vezes no século XX, e o último ocorreu em 1982. Tal fenómeno só vai voltar a acontecer em 2033.

O que é uma Super Lua e tudo que precisa de saber sobre o assunto

A Super Lua é uma Lua Cheia ou Lua Nova no seu ponto mais próximo da Terra. A Super Lua aparece-nos aproximadamente 12 a 14% maior e 30% mais brilhante.
  • A Super Lua acontece na noite de 27 para 28 de setembro, 2015
  • A Lua estará eclipsada por mais de 3 horas.

A órbita da Lua em torno da Terra não é um círculo perfeito, mas elíptico. O que faz com que por vezes a Lua esteja mais perto da Terra.
Isto significa que a distância entre a Lua e a Terra varia ao longo do mês e do ano. Em média, a distância é de cerca de 382,900 km.
Quando uma Lua Cheia coincide com uma maior proximidade da Terra, chama-se Super Lua, precisamente porque a Lua parece maior do que o habitual.
O termo Super Lua foi criado pelo astrólogo, Richard Nolle, em 1979.
Atualmente não há normas oficiais para definir quão perto, ou longe, a Lua deve de estar para se qualificar como Super Lua.
Um eclipse lunar ocorre quando a Terra está posicionada entre o Sol a Lua, e esta é ocultada totalmente ou parcialmente pela sombra da Terra.
Porque alguns dos raios de sol ainda conseguem passar a curvatura da Terra, a lua permanece visível. No entanto, a luz, que passa através da atmosfera, assume uma cor avermelhada – por isso há quem a chame de Lua de sangue.
O eclipse lunar será visível em Portugal continental e insular, na Europa Ocidental, América do Sul e Central, leste da América do Norte e África Ocidental,
Em Portugal, o início do eclipse total ocorre às 3h11min e o máximo do eclipse às 3h47min. Pelas 3h50min acontece o instante da fase de Lua Cheia e dá-se o eclipse da Super Lua. Pelas 4h24min termina o eclipse total e a lua sairá da sombra, perdendo o tom avermelhado.
A melhor ocasião para observar a Super Lua, normalmente é no seu nascimento, que no dia 27, em Portugal, acontece às 19h10min.
Para saber se vai poder assistir ao fenómeno, verifique as condições do tempo em pt.euronews.com
Se as condições meteorológicas não o permitirem, pode acompanhar em direito no streaming do NASA

2015/09/26

Um brinquedo de €360.000.000

O maior iate à vela do mundo chama-se White Pearl e pertence ao multimilionário russo Andréy Melnichenko. A construção começou em 2012, mas só esta semana foram divulgadas as primeiras imagens a sair do estaleiro para provas no mar. Lá dentro há piscina e discoteca - e bem mais

NDR 1 NIEDERSACHCHSEN

O design do barco foi pensado para luxo e lazer. É da autoria do famoso designer francês Philippe Starck e foi construído no estaleiro naval de Nobiskrug, na Alemanha.
O iate tem oito andares, 142 metros de comprimento, 24,8 de largura e pesa 14 mil toneladas. O casco é em fibra de carbono, a estrutura de aço e decks de teca. Tem três mastros, cada um com 91 metros de altura.
Puxado por dois motores a diesel e dois motores elétricos, que impulsionam as cinco hélices, o barco tem capacidade para atingir uma velocidade máxima de 24 milhas por hora (44 km/h).
Segundo descreve o “Daily Mail”, o interior é luxuoso, quase não tem corredores, mas sim "lofts". O iate tem um heliporto, três piscinas, uma delas com fundo de vidro, seis suites, uma discoteca e ainda uma sala de observação subaquática com uma das maiores peças de vidro curvo alguma vez construídas. Tudo para ter uma vista privilegiada do fundo do mar.
Todo este espaço pode albergar 20 convidados e uma equipa de 54 elementos.
Andrey Melnichenko, de 43 anos, nasceu na Bielorrússia e foi considerado pela revista Forbes a 97ª pessoa mais rica do mundo, com uma fortuna avaliada em mais de 8 mil milhões de euros.
O multimilionário fundou a empresa de produção de fertilizantes EuroChem, a produtora de carvão Suek, o gerador de energia SGK e a exportadora de sistemas de tubulação TMK.

2015/09/24

Tribunal suspende demolição de mais 41 casas na ilha algarvia do Farol

O Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé suspendeu o processo de demolição de mais 41 casas, todas de primeira habitação, na Ilha do Farol, concelho de Faro, disse hoje à Lusa o presidente de uma associação local


O mesmo tribunal já havia tomado em abril uma decisão semelhante para 137 casas localizadas naquela ilha-barreira da Ria Formosa - onde existem 176 edificações -, cujos proprietários interpuseram providências cautelares, na sequência do anúncio da tomada de posse administrativa das habitações por parte da Sociedade Polis.

Em declarações à Lusa, o presidente da Associação da Ilha do Farol de Santa Maria, Feliciano Júlio, explicou que das 55 casas de primeira habitação existentes na ilha, falta apenas ao tribunal dar resposta às providências cautelares interpostas pelos donos de seis casas, havendo ainda quatro cujos proprietários não avançaram com providências cautelares.


"Existem oito habitações, das quais quatro são de primeira habitação, relativamente às quais os proprietários ainda não interpuseram providências cautelares em tribunal, porque a Sociedade Polis até ao momento não proferiu a decisão final e não lhes enviou a carta a dizer que vai tomar posse administrativa", esclareceu.


A posse administrativa das habitações pela Sociedade Polis Litoral Ria Formosa chegou a estar marcada para os dias 27 de abril e 06 de maio, mas nunca se concretizou, apesar de a Polis, sociedade que se extingue a 31 de dezembro de 2015, ter contestado a decisão do tribunal.

Em maio, o Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé também aceitou uma providência cautelar apresentada pela Câmara de Olhão em defesa do 'habitat' do camaleão, decisão igualmente contestada pela Polis, pelo facto de a Ilha do Farol pertencer a Faro e não ao concelho vizinho de Olhão.


Como tal, a Associação da Ilha do Farol de Santa Maria decidiu apresentar uma providência baseada nos mesmos argumentos, que foi aceite, na passada semana, pelo mesmo tribunal, dando razão aos moradores, acrescentou Feliciano Júlio.
Aquele responsável disse à Lusa que, caso mude o Governo nas próximas eleições de 4 de outubro, os moradores da Ilha do Farol estão "abertos ao diálogo", já que com o atual Governo não existe possibilidade de dialogar.

"Não há diálogo, o único é deitar abaixo sem um argumento plausível ou credível", refere, observando que o processo vai agora resolver-se nos tribunais, o que pode demorar ainda dois ou três anos.

Feliciano Júlio acredita que a Sociedade Polis, que acaba no final do ano, já não terá tempo para concretizar as demolições, problema que talvez "nem o próximo Governo consiga resolver".

Enquanto não existe uma decisão judicial efetiva, Feliciano Júlio promete não baixar os braços e diz estar determinado a ir "até às últimas consequências", admitindo a hipótese de recorrer aos tribunais europeus.

O processo de renaturalização da ria Formosa, lançado pelo Ministério do Ambiente, através do programa Polis, prevê a demolição de um total de 800 construções nos núcleos urbanos das ilhas-barreira da Ria Formosa.

2015/09/20

PDM de Esposende entra em vigor a 23 de Setembro


Após um moroso processo de revisão, que se prolongou ao longo de doze anos, o Plano Diretor Municipal (PDM) de Esposende entrará em vigor na próxima quarta-feira, dia 23 de setembro, decorrido o prazo legal após a publicação do documento em Diário da República. O documento foi publicado na 2.ª série do Diário da República n.º 183, de 18 de setembro de 2015.

Depois de uma longa espera, este instrumento de planeamento e gestão urbanística do território concelhio está, assim, prestes a entrar em vigor, possibilitando a concretização de um conjunto de procedimentos, de que são exemplo os planos de urbanização e de pormenor. A partir do dia 23, os munícipes que tanto aguardaram por este momento poderão dar entrada com os seus pedidos de licenciamento.

Espera-se agora um período de transição e de adaptação ao novo documento, que define as diretrizes em termos de planeamento, preconizando um desenvolvimento integrado e sustentável do concelho. No sentido de informar e dar a conhecer o novo documento, o Município tem previsto realizar sessões de esclarecimento, dirigidas nomeadamente aos técnicos da área urbanística que trabalham com a Câmara Municipal de Esposende.

O Presidente da Câmara Municipal, Benjamim Pereira, expressa a sua satisfação pela conclusão deste processo, dizendo que “a entrada em vigor do PDM é a concretização de um anseio há muito aguardado e representa o culminar de um longo e difícil processo, que exigiu muito trabalho, empenho e determinação por parte do Município”. O Autarca refere que “damos agora entrada num novo ciclo, que irá trazer um outro impulso ao progresso e desenvolvimento do concelho”, assinalando que “o novo documento preserva os valores ambientais únicos do território concelhio, ajusta os perímetros de construção e aumenta as áreas industriais do concelho, visando um desenvolvimento equilibrado e ajustado”.

Recorde-se que o processo de revisão do PDM ficou concluído no passado dia 26 de junho, com a aprovação do documento pela Assembleia Municipal, por maioria, registando apenas o voto contra da CDU, tendo sido anteriormente aprovado, por unanimidade, na Câmara Municipal, votações que expressam o grande consenso alcançado.

Durante o período de discussão pública, que decorreu entre 16 de outubro e 26 de novembro de 2014, registou-se a participação e contributo de 316 munícipes, sendo que 30% das pretensões apresentadas foram atendidas.

*** Nota da C.M. de Esposende ***

O NOVO PDM RECONHECE LUGAR DAS PEDRINHAS COMO CONJUNTO DE PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO


LEGENDA

2015/09/15

Chuva e vento forte para hoje


O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou esta segunda-feira sob aviso vermelho, de situação meteorológica de risco elevado, os distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto e Vila Real.


Proteção Civil alerta para ventos fortes, chuva e agitação marítimaProteção Civil alerta para ventos fortes, chuva e agitação marítimaOs distritos do litoral norte já estavam na manhã de hoje sob aviso laranja, o segundo mais grave numa escala de quatro, mas na última revisão o IPMA colocou-os sob aviso vermelho, o mais grave, devido a previsões de chuva e vento fortes para os próximos dias.
Os distritos de Bragança, Aveiro, Viseu, Guarda, Coimbra e Castelo Branco estão sob aviso laranja (estavam sob aviso amarelo). O aviso amarelo é o terceiro mais grave e implica risco para determinadas atividades. Leiria aparece na página da internet do IPMA sob aviso amarelo.

De acordo com um comunicado do IPMA o agravamento das condições para os próximos dias, especialmente para terça-feira, deve-se à passagem de uma depressão com origem no ex-ciclone tropical Henri, centrada hoje a norte dos Açores.


Chuva até quarta-feira
A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) alerto, entretanto, esta segunda-feira, para "um agravamento excecional" das condições meteorológicas no norte e centro nos próximos três dias, com chuva forte, ondas até quatro metros e vento com rajadas até 130 quilómetros.Os efeitos da depressão irão prolongar-se até ao fim de quarta-feira e traduzem-se por precipitação forte e vento intenso nas regiões a norte do Mondego, diz-se no comunicado do IPMA.

As regiões do Minho, Douro e Beira Litoral, na tarde e na noite de terça-feira, vão ser as mais atingidas, com precipitação que pode ultrapassar os 100 mililitros em 24 horas.

O vento forte chegará ao litoral logo na manhã de terça-feira e deve prolongar-se até ao fim da manhã de quarta-feira. A região sul será menos afetada mas no norte as rajadas serão na ordem dos 90 quilómetros a norte do rio Mondego, com rajadas superiores a 110 quilómetros nas terras altas.


"Agravamento excecional"
Num aviso à população emitido ao início da tarde, e baseando-se nas previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a ANPC lembra que a partir da próxima madrugada e até à tarde de quarta-feira pode ocorrer precipitação forte e muito forte. O vento soprará forte de forma persistente, até 100 quilómetros por hora, podendo atingir os 130 nas terras altas.

"Não são de excluir eventuais fenómenos extremos de vento", alerta a ANPC, que chama a atenção para efeitos como formação de lençóis de água nas estradas, cheias rápidas em meio urbano, inundações, danos em estruturas montadas ou suspensas e "galgamento costeiro".

2015/09/09

A minha praia dos mudos


Passo estes últimos dias de agosto numa praia entre Apúlia e Ofir, situada num lugar chamado Cedovém, zona que, todavia, é popularmente conhecida por praia dos “Mudos”. 

Conhecem-na deste mo­do não porque aí houvesse alguma concentração, ocasional ou permanente, de surdo-mudos, mas a propósito de um casal constituído por um mudo e uma muda, a quem se deve o nascimento, ali, a meio caminho da estada marginal que liga as duas referidas localidades de veraneio, de uma ele­vada concentração de restaurantes em que há de tudo, mas onde o peixe e o marisco pontificam.
Como, desde miúdo, em agosto frequento a Apúlia, onde já então assentava arraiais mas com frequentíssimas deslocações pedestres a Fão, sei, porque vi, como tudo começou e chegou ao que agora é. 
A estrada era, e continua a ser, se que bem que um pouco menos, ladeada de pinhal em quase toda a sua extensão, ao qual muita gente afluía, como ainda agora acontece, para fazer piquenique, assim fugindo à canícula do interior, e, além disso, porque a zona é convidativa para tão aprazível atividade - a de comer um farnel e sucumbir depois, por bom tempo, a uma modorrenta. 
O casal de mudos, apercebendo-se da fre­quência com que os farnéis acabavam antes do tempo, fosse por serem exíguos, fosse porque a comezaina se prolongava para além do previsto, fosse porque a modorra, filha de fome saciada, se fizesse mãe de nova fome por saciar, tratou de, mesmo ali na borda da estrada, transformar dois bidões em grelhadores e neles assar frangos que vendiam aos piquenicantes carecentes de aprovisionamento. 
A coisa pegou de tal maneira, que os Mudos rapidamente melhoraram e ampliaram o negócio.
Poucos saberão o nome dele e o nome dela, porque toda a gente, incluindo os filhos, assim lhes    passaram a chamar - os Mudos, a Muda, o Mudo - sendo por Mudo que também a Muda se referia ao marido; é que ela, apesar de tão surda-muda como ele, conseguiu aprender a falar de modo absolutamente percetível. Já ele apenas emitia grunhidos, usando como complemento uma linguagem gestual engraçadíssima, que em outra crónica tentarei descrever.
Algum tempo depois, aos bidões acrescentaram uma simplicíssima mesa corrida com os respetivos bancos, a que se seguiu, em fase subsequente mas próxima, uma cobertura em chapa ondulada, suportada por quatro resistentes esteios de madeira, tendo adicionado sardinhas à ementa.
Porque frango era já o que os farneleiros costumavam trazer consigo, rapidamente as sardinhas suplantaram os galináceos como prato reclamado, até porque os Mudos demonstravam queda especial para a assadura do popularíssimo e tão querido animal marinho.
     Tempo passado, por causa do vento, os Mudos ergueram um tapume do lado norte da estrutura e depois, porque ventos há-os de todos os quadrantes, completaram o tapamento e, assim, pouco a pouco, construíram algo como que um restaurante, de tal modo que muitos veraneantes deixaram de trazer farnel, preferindo sobretudo sardinhas, mas igualmente o inicial frango, aquelas é este acabadinhos de assar na brasa, para comerem, na hora, entre os pináceo arvoredo. O casal batizou o estabelecimento de “Bar dos Mudos”, e só muito mais tarde o apodaram de restaurante, ainda que havia muito já o fosse. 
Houve quem se apercebesse de que os Mudos já não davam vazão à clientela e, por isso, lhes seguisse as pisadas, erguendo estruturas que, com o tempo, foram transformando em verdadeiros edifícios, todos, Mudos incluídos, tendo alargado o cardápio com o notoriamente fiel e amigo bacalhau, para além de terem introduzido logo a seguir as carnes, começando pelas fêveras e barrigas de porco.
Aliados aos pescadores artesanais do lugar, os restauradores fizeram aparecer as entradas e lanches de camarão, navalheiras, percebes, mexilhões, enfim, toda a sorte de frutos do mar ao pé da costa e à mão dos ditos mareadores. 
Assim foram, uns a seguir aos outros, ao longo dos anos, nascendo os restaurantes que, principalmente aos fins de semana todo o ano, e todos os dias da semana enquanto o verão dura, fazem afluir a Cedovém muitas e muitas centenas de pessoas. Verdadeira romaria de crentes nas virtudes da gastronomia popular. 
Porém, ainda que cada restaurante tenha o seu nome, diferente dos demais, a verdade é que ainda hoje, como há décadas acontece, oiço amigos e conhecidos dizerem que foram comer sardinhas aos Mudos, sendo que com a expressão não significam já aquele específico restaurante que, este ano, por razões conjunturais passou de “Os Mudos” para “O Mudo”, mas sim qualquer um daqueles que ali prestam o louvável serviço de satisfazer quantos, na busca da satisfação de legítimos desejos de comer bom peixe e bom marisco, se deslocam a Cedovém. 
Os Mudos já morreram, ele antes dela; ficaram-lhes, no negócio, primeiro um filho, que morreu novo, depois outro, que ia matando o restaurante com bons carros e casa rica, restaurante que,  já em estado de coma, acabou por arribar, e de que maneira, voltando a uma vida pujante, agora nas mãos da viúva do filho que morreu.
Confio, pois, que, quando me perguntarem qual é a minha praia, continuarei a poder responder, com a certeza de que me entendem e sabem de que sítio falo, que é  a “praia dos Mudos”. 
                                       
Ofir, dia de S. Bartolomeu, ano de 2015. 
António Mota-Prego
a.motaprego@gmail.com