INTRODUÇÃO

Pedrinhas e Cedovém são dois Lugares à beira mar, situados entre Ofir e a Apúlia, no concelho de Esposende - PORTUGAL.
Localizam-se num lugar calmo em cima do areal, onde pode almoçar e jantar com uma gastronomia típica local e poder usufruir de uma paisagem natural marítima Atlântica a uma temperatura do Litoral do Sul da Europa. Os caminhos e os percursos de acesso ainda se encontram em areia e criam uma composição que conjuga de forma perfeita entre a topografia e época das construções, o que dá um cunho único ao Lugar. Se estivermos acompanhados com alguém especial, imediatamente nos apaixonamos e nunca mais conseguimos cortar o "cordão umbilical" com este LUGAR cheio de magia e de uma beleza natural única.

2019/02/18

Na Apúlia, o areal foi encolhendo e os problemas aumentando

Comunistas fazem dois dias de jornadas parlamentares em Braga. João Oliveira foi ouvir as queixas dos produtores de leite do distrito e das gentes da Apúlia sobre o mar. E pediu-lhes maior "intervenção" na luta pela defesa dos seus interesses.

Foto de Nelson Garrido

Os fardos de problemas avolumam-se para os produtores de leite do distrito de Braga à mesma velocidade com que as ondas do mar vão engolindo o cordão dunar da Apúlia. 

Campo e mar ou agricultura/pecuária e pesca. Dois sectores produtivos onde há tanto para fazer e para reconstruir depois de algumas décadas de políticas europeias que apenas serviram para minguar o aparelho produtivo português - foi com esses argumentos que o PCP os escolheu para a lista de iniciativas das jornadas parlamentares que decorrem nesta segunda e terça-feiras no distrito de Braga.
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Na Apúlia, não eram só as ondas do mar que estavam revoltas: aos comunistas juntaram-se pescadores, habitantes, donos de restaurantes, autarcas e até (pelo menos) um ambientalista. Trocaram-se argumentos por vezes em tom duro sobre se as alterações climáticas existem ou não, se a culpa da falta de areia na praia é das barragens, ou se o Homem é o culpado de tudo.

Os deputados tinham escolhido o destino para falar sobre os problemas dos pescadores, essencialmente a falta de condições de segurança por causa do assoreamento da costa, mas acabaram engolidos por uma certa tempestade que anda naquela zona por causa da intenção da APA - Agência Portuguesa do Ambiente de demolir tudo o que é construção entre a estrada marginal e o mar, na zona entre a Apúlia e a praia de Ofir.

A construção dos esporões, há uns 20 anos, mudou o rumo das correntes e o mar começou a comer as dunas de 15 e 20 metros de altura que ali havia, recorda o antigo pescador Clemente Palmeira. Os "engenheiros e técnicos de Lisboa" não quiseram saber dos avisos dos pescadores que, como Clemente, romperam as unhas dos pés nesta areia. O resultado está à vista: as ondas comeram pelo menos 50 metros de areal, já levaram duas casas, estão a "descascar" as fundações de outra que parece agora pairar sobre a areia, e estão a "lamber" mais umas quantas, de maiores dimensões, cujos proprietários conseguiram mexer-se e ter um enrocamento espalhado na praia que ajuda a conter a encosta onde foram construídas.

Mas se algumas vozes reclamam porque deitar abaixo uma parte dos restaurantes e das casas é um atentado aos direitos de quem ali mora há décadas ou dali tira o seu sustento, Conceição Rocha, que vive numa casa na duna há 43 anos vai dizendo ao PÚBLICO que há muitos "interesses" em jogo. Vai apontando para as casas fechadas e diz que apesar das muitas dezenas de casas ao longo da marginal, só ali moram umas dez famílias. O resto são casas de fim-de-semana de muitos empresários. E o problema dos restaurantes é que foram aumentando as salas para o lado da estrada onde agora é preciso concluir uma ecovia que vem de Caminha para a Póvoa. Pescadores? "Só aqui moram dois e já estão reformados - um deles é o meu marido."

Deputados do PCP ouvem pescadores e empresários da restauração da Apúlia! Cedovém e Pedrinhas

Os empresários da restauração estão preocupados com a eventual retirada de restaurantes e de habitações na orla marítima.

Um grupo de deputados do PCP estão esta tarde de segunda-feira a ouvir na Apúlia as reclamações de pescadores e de empresários da restauração daquela localidade do concelho de Esposende, no distrito de Braga.
Na visita ao único concelho do distrito de Braga situado no litoral, em frente ao Oceano Atlântico, englobada nas Jornadas Parlamentares do PCP, os deputados João Oliveira e Carla Luz, bem como o eurodeputado João Ferreira, ficaram a conhecer a erosão do mar, que foi de cerca de 150 metros, segundo revelou um dos moradores.
A criação de esporões será a causa da progressão do mar, sendo defendida a remoção dos mesmos esporões, para voltarem as dunas, segundo afirmou um elemento da Junta Freguesia da Apúlia e de Fão, do concelho de Esposende, numa reunião informal com os deputados do Partido Comunista Português.
Os empresários da restauração estão preocupados com a eventual retirada de restaurantes e de habitações na orla marítima, na zona das Pedrinhas, na Apúlia.
A defesa da comunidade local foi em uníssono preconizada pelas forças vivas e pedida a intervenção dos eleitos do PCP no Parlamento, a fim de evitar a alegada deslocalização das pessoas e dos restaurantes.

2019/01/03

1908 - Cedovém - Apúlia - ESPOSENDE

Edição Semanal o Jornal o SÉCULO - 1908
Sedovém - O lado nascente da praia da Apúlia. Vê-se no primeiro plano a choça de palhiço destinada a guardar os aprestos da apanha do sargaço. Fotografia com 111 anos.

2018 - ANO DE RECORDE DE MORTES EM PORTUGAL

Este ano termina a passos largos no registo de um recorde de mortes em Portugal. Já em agosto, morreram cerca de 71 mil pessoas no país, mais três mil do que em igual período de 2017 e 2016, os dois anos em que se atingiu os máximos de mortalidade.
2018

Portugal perderá população até 2080, passando dos atuais 10,3 milhões para 7,7 milhões de residentes, ficando abaixo dos dez milhões já em 2033, de acordo com as estimativas divulgadas em junho pelo Instituto Nacional de Estatística. O número de jovens diminuirá de 1,4 milhões para 900 mil. Já o número de idosos irá aumentar de 2,2 milhões para mais de 2,8 milhões.


O Estado Português e seus governantes não defendem a população e o número de óbitos têm vindo a aumentar ano após ano.

Hoje cada vez mais a população é menor, embora haja a tática politica de facilitar o registo de nacionalidade Portuguesa no intuito de manter o número populacional, mas a verdade é que os governantes cada vez menos defendem a população e o seu território. Somente gerem para a atribuição de rentabilidade de impostos. 

Em 2018 o Estado Português apresentou uma proposta de um Plano de Orla Costeira (POC), onde não existe defesa nem a contabilização de programas de salvaguarda para a costa Portuguesa (não está contemplado situações de maremotos, tsunamis, ciclones, tempestades, inundações), para os próximos 10 anos da orla costeira. Nas duas aldeias Pedrinhas e Cedovém o Estado Português  ainda agrava a perigosidade e projeta um recuo e uma retirada habitacional com a proposta de demolições de construções, pondo em causa a destruição territorial e social, na zona  sul de Esposende, aumentando potencialmente o alagamento de  uma grande área territorial de Fão e Apúlia, colocando em risco a perda definitiva de prédios, bens, pessoas e animais. 

O POC não abrange a história, a topografia, a orografia, nem salvaguarda o futuro. 

O ESTADO PORTUGUÊS ALEM DE NÃO SE PRECAVER EM CONDIÇÕES FUTURAS, NÃO CONTABILIZA A PROTECAO TERRITÓRIAL, EM CASO DE CALAMIDADE E DESASTRE FUTURA. 
NO CASO DE PEDRINHAS E CEDOVÉM AINDA PROPÕE A SUA ANIQUILAÇÃO E DESTRUIÇÃO .



No caso da queda da estrada de Borba, o Estado Português teve responsabilidade, no acidente?

Resposta do Ministro do Ambiente, Matos Fernandes?

"Estado não assume qualquer responsabilidade pelo acidente de Borba, mas sim a responsabilidade pela indemnização das famílias das vitimas"

Ó Sr. Ministro e no caso de Pedrinhas, Cedovém, Ofir-Fão e Sul de Ofir, afirmando que os objetivos do Programa da Orla Costeira serem inegociáveis, o Estado está consciente da sua responsabilidade num futuro acidente? 

2018/12/28

2018 - ANO EUROPEU DO PATRIMÓNIO EM PORTUGAL, TERMINA COMO FALHADO E VERGONHOSO EM ESPOSENDE




TERMINA O ANO EUROPEU DO PATRIMÓNIO CULTURAL 2018, COM A INTENÇÃO DO ESTADO PORTUGUÊS, ATRAVÉS DO SEU PLANO DE ORLA  COSTEIRA, DEMOLIR AS UNICAS CASAS DOS SARGACEIROS.
O ESTADO RECUSA PROTEGER E PRETENDE APAGAR O PASSADO PARA RUMAR UM FUTURO SEM PASSADO, UM FUTURO VAZIO!


Homens com a branqueta - Traje masculino de trabalho- Sargaceiro da Apúlia - Esposende - PORTUGAL




ESTADO PORTUGUÊS ESCONDE E OCULTA A ATRAVÉS DO SEU PLANO DE ORLA COSTEIRA, CHAMANDO-LHE RECUO, MAS O QUE PRETENDE É DEMOLIR E APAGAR OS OLHARES, DE MILENARES VALORES E EXPERIÊNCIAS ÀS FUTURAS GERAÇÕES - A PROPOSTA DO ESTADO PARA PEDRINHAS E CEDOVÉM É DEMOLIR!


Homens com a branqueta - Traje masculino de trabalho- Sargaceiro da Apúlia - Esposende - PORTUGAL




O ESTADO PORTUGUÊS EM NOME DO DOMINO PUBLICO MARÍTIMO , INTITULA-SE COMO DONO DE TUDO E SENHOR DE DIREITO PARA DESTRUIR E DEMOLIR. A VERDADE É QUE O PATRIMÓNIO É DE TODOS OS PORTUGUESES E EUROPEUS 


Homem com a branqueta - Traje masculino de trabalho- Sargaceiro da Apúlia - Esposende - PORTUGAL




2018/12/24

2018/12/19

Sargaceiros e os barcos-de-pedra de Pedrinhas

Foto de Adriano Nazareth
Homem com a branqueta - Traje masculino de trabalho- Sargaceiro da Apúlia - Esposende - PORTUGAL

2018/12/15

Sargaceiros de Apúlia no barco-de-pedra; casa-barco em Pedrinhas

FOTO - BELEZA

Rapaz com a branqueta - Traje masculino de trabalho- Sargaceiro da Apúlia - Esposende - PORTUGAL
Apúlia - Fão
ESPOSENDE

Estado abandona o papel de proteger o património, bens e pessoas para dedicar-se somente a um mero instrumento de angariar dinheiro

O Estado que tem a obrigação de zelar pelo património (publico e privado), bens e pessoas, hoje o Estado Português tem deixado cair essa responsabilidade e soberania. No anterior Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC), onde havia a preocupação de zelar pela costa litoral (fronteira marítima), hoje abandona-o, para se dedicar ao mero negócio de angariar dinheiro, de fazer receita com a costa marítima, colocar e marcar espaços, para atribuir a concessionários e a futuros Planos de Intervenção de Praias (PIP). A proposta deste Programa de Orla Costeira (POC) deixa cair o plano de defesa para se  assumir como programa de receitas. Este POC Caminha-Espinho assume 76 PIP, onde recolherá receitas das praias, para negociação e desresponsabilização, podendo chegar muito mais de metade dos lucros para as autarquias.

O ESTADO ABANDONOU O ZELAR,  O DEFENDER E O PROTEGER.

OS FACTOS ESTÃO COMPROVADOS
VEMOS ISSO NO INTERIOR COM OS INCÊNDIOS, 
VEMOS ISSO NO ABANDONO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS NO INTERIOR
VEMOS ISSO NA QUEDA DE PONTE, ALUIMENTO DE ESTRADA
VEMOS ISSO NA VENDA DAS EMPRESAS E SERVIÇOS PÚBLICOS
VEMOS ISSO, NESTE PROGRAMA DE COSTA EM PEDRINHAS E CEDOVÉM .

PATRIMÓNIO DANIFICADO
HOJE A FUNÇÃO PRIMORDIAL DO ESTADO É ANGARIAR DINHEIRO E SER UM CAMPEÃO DE SUGADOURO DE DINHEIROS DE TAXAS, LICENÇAS, COIMAS E IMPOSTOS.

A Intenção de absorver a tutela de toda a orla costeira através da designação de Domínio Publico Marítimo é um dos objectivos deste plano, onde atropelada a direito a propriedade privada. A intenção de eliminar o privado é tão grande que,chega ao ponto de:

Mesmo depois de ser reconhecido (quer em estudos científicos, quer em tribunal)  que a erosão costeira, é causada pelo Estado, através dos seus esporões, este em vez de os retirar, atribui o abuso de poder, proibindo e afirmando através deste POC um recuo de costa planeado de grau elevado, dizendo que não há salvaguarda, e o que basta é simplesmente retirar a obra de engenharia, construída por ele.


Esporões - O cancro da costa portuguesa

Ontem terminou a participação pública do POC, com o seguinte panorama:
Estatística:
Seguido por consulta = entre 160 e 165
Partilhado = entre 110 e 115
Participações = entre 110 e 120



2018/12/13

Habitantes culpam Estado por avanço do mar em Esposende

Os habitantes de Cedovém responsabilizam o Estado pelo avanço do mar e a erosão da costa que servem agora de argumento para a prevista demolição de 34 edifícios naquela zona.

Os habitantes de Cedovém, Esposende, responsabilizam o Estado pelo avanço do mar e a erosão da costa que servem agora de argumento para a prevista demolição, no novo plano da Orla Costeira Caminha–Espinho, de 34 edifícios naquela zona.
Nas vésperas do fim do prazo para o debate público sobre o plano, previsto para sexta-feira, Carlos Moreira, 71 anos, diz não temer o avanço do mar, apenas o dos homens que decidiram a demolição de quatro núcleos habitacionais no concelho, em nome de um plano que tem como bússola a erosão costeira.
O novo Plano de Ordenamento da Orla Costeira Caminha–Espinho (POOC), diz o pescador, é o resultado de várias decisões que, ao longo do tempo, não conseguiram mais do que agravar o problema.

"Antes dos esporões não havia isto. Eles fizeram tudo ao contrário do que os pescadores diziam e o resultado está à vista. O melhor que eles tinham a fazer era tirar os esporões", disse.
A convicção de Carlos Moreira foi reconhecida, em Fevereiro de 2009, pelos tribunais Administrativo e da Relação, que deram provimento a uma queixa de um morador na Apúlia, concelho de Esposende, considerando que o Estado é culpado da erosão da costa por ter construído um esporão de pedra com 300 metros.
Na decisão, inédita em Portugal, o Estado acabou condenado a pagar 60 mil euros por danos patrimoniais e morais ao queixoso depois de o Tribunal Administrativo do Porto concluir que a construção do esporão pela Direção-Geral de Portos em 1987 originou o desassoreamento da praia e a progressão do mar.
Hoje, a distância entre o mar e a casa de Carlos é de cerca de cem metros, cinquenta se se considerar apenas o percurso até às dunas. Mas o risco de o mar engolir as casas naquele local, acredita, é o mesmo do que o de engolir as Torres de Ofir. Então, pergunta, porque que é a demolição das Torres não está prevista?.
"Chega-se aqui e diz-se: deita-se Cedovém e Pedrinhas abaixo porque está na Orla Costeira e as Torres de Ofir, que foram feitas muito depois disto, já se diz que não se pode deitar abaixo porque se tem que indemnizar. Isto não pode ser. Nós temos que ir para tribunal defender os nossos direitos", disse.
O presidente da Câmara de Esposende, Benjamim Pereira, diz que não se pode comparar o incomparável.
"Se me perguntar se aquilo [as torres] está bem, eu digo que não, não deveriam ter sido construídas, mas é preciso saber diferenciar aquilo que é Cedovém e Pedrinhas do que é Ofir.(…) Demolimo-las, gastamos 40 ou 50 milhões e depois ficamos na mesma, o mar continuava a avançar. Eu pergunto se não é melhor pegar nesse dinheiro e gerir o litoral durante 10, 20 ou 30 anos", argumentou.
À Lusa, o autarca considera que é preciso bom senso e esclarece que o município deu parecer desfavorável a este POOC, apesar de no relatório da Comissão Consultiva disponibilizado na página da Internet da consulta pública surgir como um dos sete municípios que emitiram um parecer favorável condicionado.
"O município deixou desde cedo a sua posição no sentido de assegurar que há património importante, que consta do levantamento da arquitectura popular da década de 50, para além de um núcleo piscatório nessa zona, que também gostaríamos de manter e cujos moradores temos que pensar em realojar", explicou.
Benjamim Pereira lembrou ainda a necessidade de proteção, no lugar das Pedrinhas, de algumas das casas-barco mais antigas do mundo ocidental.

Em Cedovém, ainda são poucos os querem falar sobre as demolições. A falta de informação é, para Pedro Vieira, que gere o restaurante da família instalado no local desde 1954, o que mais preocupa a quem ali trabalha.
"Estamos preocupados com a falta de palavra que existe para as pessoas que aqui vivem, para não acontecer simplesmente aquilo que aconteceu no sul, em que uns foram protegidos e outros não".
Pedro Vieira lembra que a restauração naquela zona emprega centenas de pessoas, representado um contributo importante não só para a economia local como para o património cultural do concelho, algo que, defende, tem que ser respeitado.
Entre Cedovém, Pedrinhas e Ofir Sul, o POOC, em consulta pública até sexta-feira, 14 de dezembro, prevê gastar 2,36 milhões de euros entre demolições e "recuos planeados", estando a sua execução prevista para o período de 2019-2021.
Nesta área, considerada crítica, estão em causa 89 habitações, mais de meia centena de anexos e sete restaurantes.

No caso de Ofir Sul, em causa estão "cerca de 10 edifícios de função residencial" implantados junto à linha de costa, sobre o cordão dunar e, parcialmente, sobre a margem do rio.
A 07 de novembro, depois da reunião com sete dos nove autarcas abrangidos pelo novo programa da Orla Costeira, o ministro do Ambiente disse à Lusa que não havia forma de proteger os núcleos habitacionais de Pedrinhas, Cedovém e Ofir Sul, em Esposende.
Admitiu pagar indemnizações em alguns casos e garantiu realojamento para todos os casos, legais ou ilegais, quando em causa estivessem primeiras habitações.
No caso dos restaurantes ou apoios de praia, Matos Fernandes disse que só depois do término das concessões é que serão relocalizados.
O novo Plano da Orla Costeira entre Caminha e Espinho determina a demolição de 34 edifícios, incluindo o Edifício Transparente, no Porto, que custou 7,5 milhões de euros, bem como centenas de casas de 14 núcleos habitacionais e vários restaurantes.

O Plano limita, e em muitas zonas até proíbe, a construção de habitações frente ao mar e preconiza o recuo planeado de 14 aglomerados, dos quais 12 em "áreas críticas" expostas a fenómenos extremos e ao risco de erosão e de inundações.
Em causa está a retirada progressiva de edifícios em risco ou ilegais em cima das dunas nas praias da Amorosa, Pedra Alta (Viana do Castelo), Pedrinhas, Cedovém, Suave Mar, Ofir Sul (Esposende), Aver-o-Mar (Póvoa de Varzim) Congreira, Mindelo, Pucinho (Vila do Conde), Marreco (Matosinhos), Madalena, Valadares (Gaia) e Paramos (Espinho).

2018/12/08

Pedrinhas e Cedovém estão com a PALP - Plataforma livre de Petróleo


A Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP) foi criada em março de 2015 por cidadãos e entidades variadas, com o objetivo de incentivar o debate público sobre a prospecção, pesquisa, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural em Portugal.


Esta plataforma vê com muita apreensão o futuro tendo em conta os impactos desta actividade numa região com tamanha dependência do turismo e do mar e com uma elevada biodiversidade e beleza natural única. Estes impactos terão consequências na saúde, nas alterações climáticas, na degradação da qualidade de vida das populações, na fauna e flora e também no turismo.

Por isso mesmo, temos trabalhado no sentido de cancelar todos os contratos vigentes de exploração de petróleo. Foram já cancelados 2 em terra e rescindidos outros 8, no mar.

Para contestar o início de prospecção ao largo do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina – o “furo de Aljezur” – , a 27 de Abril de 2017 interpusemos uma providência cautelar contra o Ministério do Mar e a Direcção Geral dos Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) de forma a impugnar o acto administrativo que permite ao consórcio ENI/Galp avançar com a perfuração. 

A providência cautelar foi, entretanto, resolvida a nosso favor. O ministério do mar recorreu da sentença, mas a licença que permite o furo encontra-se suspensa e as concessionárias não podem avançar com quaisquer trabalhos até haver uma nova sentença relativa a esse recurso. No entanto, a decisão definitiva acontecerá numa acção principal, cujo julgamento decidirá se aquela licença deve ser terminantemente anulada e, por consequência, impedida esta tentativa de furar a nossa costa.

Além disso, também impugnámos o parecer que a Agência Portuguesa do Ambiente emitiu contra uma Avaliação de Impacto Ambiental deste furo.


Tudo continuaremos a fazer para impedir este atentado, mas voltamos a precisar da sua ajuda. Os custos dos tribunais e advogados já ascenderam a vários milhares de euros, sendo muito difíceis de suportar pelas entidades sem fins lucrativos que compõem a PALP, e, por esse motivo, lançamos esta campanha de angariação de fundos. Toda e qualquer contribuição é útil e valiosa!

Blogue Pedrinhas & Cedovém estão c/ PALP - Plataforma livre de Petróleo

2018/12/07

Software da Universidade de Aveiro prevê avanço do mar e dá soluções para o deter

Chama-se COAST, foi desenvolvido na Universidade de Aveiro (UA) e usa um software visionário que simula a evolução da linha de costa para as próximas décadas.
Perante o nefasto avanço do mar, o COAST indica ainda que obras de defesa costeira melhor se adequam a cada praia tendo em conta custos e benefícios.
(COAST)
Composto por três ferramentas - projeção da evolução da linha de costa para diferentes cenários de intervenção; dimensionamento da intervenção quando o cenário contempla obras de defesa costeira; avaliação de custos e benefícios da intervenção – o COAST pretende ajudar não só os cientistas a estudarem a erosão costeira como também auxiliar os responsáveis pela proteção da costa na escolha da melhor estratégia para prevenir cenários catastróficos.
Face à importância económica e social das zonas costeiras e aos problemas de erosão que enfrentam, é de antecipar um aumento dos investimentos necessários à realização e manutenção de intervenções de defesa costeira a curto e médio prazo”, aponta Márcia Lima, a investigadora do Departamento de Engenharia Civil (DECivil) da UA que desenvolveu o COAST.
(Márcia Lima e Carlos Coelho)
No entanto, alerta a cientista, “é grande a complexidade associada à escolha da melhor intervenção, uma vez que as soluções economicamente mais atrativas conduzem a maiores perdas de território”. Por outro lado, “as soluções que melhor ajudam a manter ou a ampliar o território são pouco atrativas do ponto de vista económico”. A solução passa por um compromisso entre custos e benefícios.
A grande mais-valia do COAST em relação às ferramentas já existentes é a integração de três valências importantes na avaliação de intervenções de defesa costeira e o facto de permitir análises custo-benefício das intervenções”, esclarece.
As simulações com o COAST, explica Márcia Lima, “exigem um registo passado e outro atual de batimetria [profundidade do mar] e topografia do local de estudo, e o conhecimento do clima de agitação [estudo das ondas]". É ainda necessário “conhecer o valor atribuído ao território, custos unitários dos materiais e estimativa de custos de manutenção das intervenções, ajustados à realidade do local de estudo”.
São várias as zonas críticas na costa portuguesa, nomeadamente, a zona do Furadouro, o troço entre a paria da Barra e Mira e a zona a sul da Figueira da Foz”, alerta Márcia Lima cujo trabalho, desenvolvido durante o Doutoramento em Engenharia Civil foi orientado por Carlos Coelho, também investigador do DECivil. Nestas, como noutras zonas suscetíveis de grande erosão “as perdas económicas que podem advir no caso de não serem implementadas medidas de intervenção de defesa costeira são extremamente elevadas”.
A aplicação da ferramenta deve ser ponderada e realizada com precaução, uma vez que os resultados dependem dos pressupostos admitidos quer na projeção de cenários quer na avaliação de custos e benefícios”, sublinha Márcia Lima. Como tal, “a ferramenta deve ser aplicada por especialistas possibilitando o apoio às entidades decisoras através de serviços de consultadoria”.